Hoje, a Presidenta Dilma Rousseff vetou a isenção de PIS/COFINS e IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os produtos da cesta
básica, que havia sido incluída na Medida Provisória 563/2012. Tal
medida, se tivesse sido sancionada pela Presidenta, aliviaria a grande
carga tributária incidente sobre o consumo dos mais pobres, que
atualmente comprometem nada menos que 53% de sua renda com tributos,
conforme Comunicado da Presidência do IPEA nº 22 (pág 4). Ao mesmo tempo, tal percentual para os mais ricos é de apenas 29%.
Isto ocorre pois os tributos no Brasil incidem principalmente sobre o
consumo (estão embutidos no preço dos produtos) enquanto os tributos
incidentes sobre as grandes rendas e riquezas arrecadam muito pouco.
Além disso, os grandes exportadores de produtos agrícolas – que auferem
grandes lucros – também estão isentos de impostos, enquanto os alimentos
destinados aos brasileiros são tributados, o que é outra grande
injustiça.
Esta elevada e injusta carga tributária brasileira, que penaliza
principalmente os trabalhadores e consumidores mais pobres, serve para o
cumprimento das metas de superávit primário, ou seja, a reserva de
recursos para o pagamento da questionável dívida pública.
Mais privatizações de aeroportos, para pagar a dívida
O Jornal Valor Econômico noticia a intenção do governo de privatizar
os aeroportos do Galeão e de Confins. A justificativa é sempre a mesma,
desde a Era Collor e FHC: a suposta falta de recursos públicos para
investimentos nos aeroportos. Ao mesmo tempo, o orçamento destina cerca
da metade dos recursos para o pagamento da dívida.
Desta forma, a população paga pesadas tarifas para garantir lucros às empresas que comprarem tais aeroportos.
Privatizações também no setor petróleo
O jornal Valor Econômico informa que o Ministério das Minas e Energia
também anunciou a licitação de poços de petróleo do “Pré-sal” em
novembro, e mais 174 poços em maio do próximo ano, em terra e mar. Desta
forma, empresas privadas poderão adquirir poços, e poderão ficar com a
maior parte da renda da exploração do petróleo. Isto porque a
legislação aprovada pelo Congresso não estabeleceu um percentual mínimo
do faturamento do Pré-sal que deve ficar com a União. Importante
ressaltar também que o percentual pertencente à União será destinado ao
chamado “Fundo Social”, cujos recursos serão destinados principalmente
ao exterior, e somente o rendimento deste Fundo irá para as áreas
sociais. Se é que haverá rendimento, uma vez que tais recursos podem ser
direcionados à compra de ativos podres, que inundam o mercado
financeiro internacional em tempos de Crise Global.