Segunda, 10 de setembro de 2012
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
A manifestação que ocorreu ontem (9) em Santiago, capital
do Chile, para lembrar as vítimas da ditadura do governo Augusto
Pinochet (1973-1990), acabou com oito presos e vários incidentes pela
cidade. Todos os anos a data em que ocorreu o golpe militar – de 11 de
setembro de 1973 - é celebrada no país. No Chile, há o Museu da Memória
em homenagem aos mortos e desaparecidos do período militar.
A partir do golpe militar, em 11 de setembro de 1973, o Chile viveu
17 anos anos sob a ditadura. Amanhã (11), vários grupos depositarão
flores na porta do Palácio de La Moneda. Parentes e amigos das vítimas,
além de simpatizantes do Partido Socialista, visitarão o monumento do
ex-presidente Salvador Allende - símbolo de resistência aos militares
nos anos de 1970 e que estava no poder quando houve o golpe.
Com banners, bandeiras e cartazes, os manifestantes saíram
da Praça dos Heróis, no centro de Santiago, em direação ao cemitério
onde fica o memorial em homenagem às vítimas. Em marcha, os
manifestantes passaram em frente ao Palácio de La Moneda (sede do
governo), onde a polícia havia organizado forte esquema de segurança.
Durante a manifestação, houve incidentes envolvendo pessoas
encapuzadas, que atiraram pedras contra policiais e instituições
públicas. A presidenta da Associação de Familiares de Desaparecidos,
Lorena Pizarro, apelou ao presidente chileno, Sebastián Piñera, "para
acabar com a impunidade e a repressão policial"
Pelos dados das organizações não governamentais (ONGs), a ditadura
de Pinochet deixou mais de 3 mil mortos e 37 mil vítimas de prisão e
torturas. Os tribunais chilenos ainda têm 350 ações à espera de
julgamento sobre casos de desaparecimento, tortura, confinamento ilegal e
conspirações do período da ditadura, envolvendo cerca de 700 agentes
civis e militares.
*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur.
Edição: Graça Adjuto