Sexta, 7 de março de 2014
(JB) - O mundo vive horas perigosas. A Rússia enviou tropas para a Península da
Criméia. O governo provisório que está no poder na Ucrânia convoca reservistas,
enquanto oficiais e soldados se bandeiam para o lado russo, evidenciando a
divisão do país. O G-8 suspende o encontro que estava programado para Sochi, na
Rússia. A Alemanha e os Estados Unidos querem montar um “grupo de contato” para
promover “negociações”, mas, em gesto de aberta provocação, Washington
envia o Secretário de Estado John Kerry a Kiev, para manifestar o apoio dos EUA
aos rebeldes que tomaram o poder na capital ucraniana.
Se houver combate entre as tropas que estão entrando na Criméia para
defender a população de origem russa que vive na região, e esses confrontos se
degenerarem em prolongada guerra civil, a responsabilidade por esse novo
massacre será dos Estados Unidos e da União Européia.
Seria inadmissível que Putin enviasse um senador para discursar
diretamente aos manifestantes do movimento Occupy Wall Street, en
Nova Iorque, como fez John Mcain no centro de Kiev, ou que os russos
promovessem em Porto Rico a prolongada campanha de desinformação e provocação
que o “Ocidente” está desenvolvendo há meses na Ucrânia, empurrando a parte da
população que não é de etnia russa para um conflito contra a segunda maior
potência militar do planeta e a maior da região.