Ouvi do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, que Brasilia era uma prefeitura
Na sua maneira simplista de falar, naquela ocasião, Roriz falava de uma
forma que soava como uma despedida. Sua despedida da vida pública.
Lhe perguntei: Prefeitura? Como assim governador?
Com o olhar fixado no horizonte o ex-governador me respondeu. "Daqui
para frente, quem for governar o Distrito Federal vai precisar de boas
equipes de secretários e assessores para auxilia-lo no dia-dia." E
prosseguiu: "Daqui para frente, o Distrito Federal vai precisar de um
prefeitão, não tem mais tanto a ser feito... Ele tem que ter gente que
goste dele, que respeite suas ordens, que faça a cidade andar com o
compromisso de que a determinação dada por quem governar, ao seu
secretario, assessor, seja cumprida. Se for diferente, não dá certo. O
governador vai ter muitos problemas. A pessoa tem que gostar, tem que
ter compromisso sabe? A pessoa tem que ser de grupo, companheiro e
principalmente gostar da cidade." ...
Passados nove anos dessa conversa, acho que Joaquim tinha razão.
Não entrarei aqui nas histórias de escandalos, prisões e roubalheiras
que assolaram nossa cidade nos últimos anos, mas sim nos pretensos
compromisso que alguns secretários, assessores, administradores e
parlamentares que integraram os governos que passaram pela maquina do
Distrito Federal.
E compromisso com a nossa cidade foi o que não vimos de lá para cá. E
quem paga com a pratica nefasta desses agentes é a população.
Há trinta dias a frente do GDF, o governador Rodrigo Rollemberg bem que
poderia tirar proveito das duras experiências vividas por seus
antecessores e fazer um pente fino antes de nomear alguns de seus
servidores. Muitos deles, só buscam deter um cargo com poderes que lhes
deem condições, de num futuro bem próximo, alçarem cargos no
legislativo.
Alguns dos que "apoiam" o novo governo já prestaram serviços a vários
outros governadores, e isso não é demérito. Contudo, Falta-lhes tudo o
que Roriz preconizou: gente que goste, que respeite, que cumpra as
determinações e que faça a cidade andar, com compromisso de dias
melhores para todos.
E para que fique bem claro, não estou falando de Hélio Doyle, este
também passou por outros governos e nunca pretendeu ser candidato.
Fonte: Por Edson Sombra - 30/01/2015