Segunda, 26 de janeiro de 2015
              Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil 
          
As seis maiores centrais sindicais do país 
promoverão quarta-feira (28) uma manifestação para pedir a revogação das
 medidas provisórias (MP) 664 e 665, anunciadas no fim do ano passado. 
As duas medidas alteram regras sobre pensão, auxílio-doença e 
seguro-desemprego.
Durante o ato, que começará no Museu de Arte 
de São Paulo, na Avenida Paulista, e seguirá em passeata. Os 
representantes das centrais farão duas paradas (uma no prédio do 
Ministério da Fazenda e outra na Petrobras) para entregar um documento 
expressando a insatisfação dos trabalhadores.
De acordo com o 
secretário de Organização e Políticas Sindicais da União Geral dos 
Trabalhadores (UGT), Francisco Pereira de Souza, o objetivo é discutir a
 defesa dos direitos e o emprego dos trabalhadores, porque, na avaliação
 das seis centrais sindicais, as medidas do governo vão causar prejuízos
 importantes para a sociedade.
“Nossa mobilização é também em 
função de um certo descontentamento, porque estivemos com o governo em 
algumas ocasiões, e a nós foi dito que os trabalhadores não teriam 
nenhuma surpresa, e que não haveria mudança em seus direitos. Mas fomos 
surpreendidos. Não concordamos com elas [medidas provisórias], nem com a
 forma como foram anunciadas. Vamos propor que o governo reveja as 
medidas”, disse o sindicalista.
Para
 o representante da Nova Central Sindical (NCTS), Luiz Gonçalves, é 
preciso que o governo não apenas minimize os efeitos das MPs para os 
trabalhadores, mas também atender às reivindicações feitas há muito 
tempo. “São documentos que estão protocolados desde o momento da 
campanha eleitoral.”
O secretário-geral da Força Sindical, João 
Carlos Gonçalves, acha que as medidas prejudicarão, não somente os 
trabalhadores, mas a economia do país. “Quanto mais renda e consumo, 
mais a indústria trabalha e há geração de empregos. Queremos dar uma 
resposta ao governo de que as MPs prejudicam o desenvolvimento do país. 
Faremos o possível para que o governo modifique as propostas.”
O 
secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre,
 destaca que é preciso resgatar um compromisso de campanha da presidenta
 Dilma Rousseff. Ela disse que não faria ajustes na produção industrial 
ou nos direitos trabalhistas. Para Nobre, as medidas empurrarão o país 
para uma crise econômica.
“O pacote anunciado dia 30 de dezembro 
restringe a produção, o crédito, aumenta juros. E o pacote dos direitos 
sociais afeta a aposentadoria e o seguro-desemprego, o que é 
inaceitável. Hoje um trabalhador que se aposenta sofre o redutor do 
fator previdenciário, e agora, além disso, quando ele falece, há um novo
 redutor sobre a pensão.”
O secretário-geral da Central dos 
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, explicou 
que o protesto é preparatório para uma grande manifestação no dia 26 de 
fevereiro. “Não vamos aceitar calados que se estabeleça uma política 
econômica que vai levar o país a uma paralisação. As MPs são restritivas
 e a consequência é a demissão [de trabalhadores].”
O presidente 
da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Álvaro Egea, ressaltou que 
não é possível o Brasil continuar no caminho do desenvolvimento e 
valorização do emprego com a política anunciada pelo governo. “O governo
 foi capturado pela política derrotada nas urnas. É uma contradição 
muito grande. Não só os trabalhadores, mas há setores do governo e 
empresários que também discordam. Não vamos aceitar que, para recuperar a
 economia, coloque-se em primeiro lugar o interesse do capital 
financeiro”, afirmou.
Saiba Mais
Comentário do Gama Livre: Que as grandes centrais de trabalhadores mudem suas posturas submissas ao governo da União e partam de verdade, e não de mentirinha como têm feito até agora, para defenderem os interesses dos trabalhadores frente a essa reforma neoliberal do governo Dilma. 
 
 
 
