Sexta, 30 de janeiro de 2015
André Richter - Repórter da Agência
Brasil
O juiz federal Sérgio
Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, pediu hoje (30)
que a defesa do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, justifique a necessidade de
indicar ministros e parlamentares para prestarem depoimento como testemunhas de
defesa nas ações que o executivo responde.
Ontem (29), ao
apresentar defesa preliminar à 13ª Vara Federal em Curitiba, a defesa de
Pessoa, que está preso, arrolou como testemunhas os deputados federais Arlindo
Chinaglia (PT-SP), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Jutahy Júnior (PSDB-BA),
Arnaldo Jardim (PPS-SP), que está licenciado, além do ministro da Defesa,
Jaques Wagner, e do ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Por determinação do
juiz, a defesa de Ricardo Pessoa deverá, em cinco dias, esclarecer a relevância
dos depoimentos das pessoas indicadas e informar se os agentes públicos
arrolados têm conhecido dos desvios na Petrobras ou se podem esclarecer algo a
respeito.
Segundo Moro, o
processo judicial não pode gerar constrangimento a agentes públicos sem relação
com a investigação. “Há a possibilidade de que tais testemunhas tenham sido
arroladas apenas com propósitos meramente abonatórios, o que não seria
justificável, pois testemunha é quem sabe fatos relevantes para o julgamento,
ou seja, deve ter conhecimento sobre fatos que são objeto da imputação",
disse.
Na segunda-feira
(26), a defesa de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da
Petrobras, que também está preso, pediu à Justiça Federal que a presidenta
Dilma Rousseff fosse intimada como testemunha de defesa. Ele voltou atrás e logo
depois retirou o pedido.