Sábado, 24 de janeiro de 2015
Do site da OAB/DF
Brasília, 20/1/2015 – A Seccional da OAB do
Distrito Federal publicou nota nesta terça-feira (20) expressando
preocupação com a precariedade da situação no DF e exigindo objetividade
do novo governo na solução do complexo quadro que aflige as finanças e a
prestação de serviços públicos na capital da República.
Deste modo, o presidente da OAB/DF, Ibaneis Rocha, resolveu se
manifestar antes mesmo de completar um mês do governo de Rodrigo
Rollemberg. A OAB cobra medidas efetivas nas áreas de transportes,
saúde, educação e segurança. Na nota divulgada nesta terça-feira (20), a
entidade observa que a paciência da população chegou ao limite.
De acordo com a nota, independente da desordem das contas públicas
legada pela improficiência e inépcia do governo anterior, não se pode
admitir a falta de insumos básicos nos hospitais, onde falta tudo,
desde agulhas até algodão.
NOTA
Vinte dias decorridos desde a posse do novo governo, a população
do Distrito Federal continua em clima de incerteza e tendo de enfrentar
uma situação de caos que atinge praticamente todos os setores essenciais
da administração, notadamente na segurança pública, na saúde e na
educação.
Dentro de sua missão institucional, buscando enfrentar e propor
soluções aos desafios emergentes da sociedade, a Seccional da Ordem dos
Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB/DF) vem a público cobrar
dos gestores públicos redobrados esforços no sentido de dar objetividade
às ações destinadas a atender à população naquilo que é essencial.
Por mais desorganizadas que possam ter sido deixadas as contas
pela administração anterior, não se pode admitir a escassez (para não
dizer a total falta) de insumos como algodão, agulhas e antibióticos nos
hospitais; das condições materiais e de pessoal para o reinício do ano
escolar; e do clima de insegurança que apavora principalmente a
população mais pobre.
O Distrito Federal viu dobrar, triplicar talvez, a sua população
nos últimos anos, ao mesmo tempo em que os problemas, incluindo aí o
sistema de transporte, um dos piores do país, foram se acumulando
assustadoramente, em escala exponencial. Com a mais alta renda per
capita nacional e contando com o aporte de recursos federais do Fundo
Constitucional, o DF revela-se um caso exemplar onde se misturam
irresponsabilidade, má-gestão e descaso para com um patrimônio que é,
hoje, de toda a Humanidade.
Dar objetividade às ações significa restabelecer a confiança da
sociedade por meio de medidas urgentes, práticas e desprovidas de
ambições meramente políticas. É triste, mas real, a constatação: de
todas as paixões que agitam a sociedade, a mais funesta, a mais aética, a
mais sanguinária é a ambição do poder.
O DF chegou ao seu limite da tolerância, sob pena de no curto
prazo se transformar na antítese do sonho de Juscelino Kubitschek e de
todos os que com ele comungaram a ideia de Brasília, a capital da
esperança.
Brasília, 20 de janeiro de 2015
Ibaneis Rocha
Presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB/DF)