Quarta, 11 de março de 2015
Luciano Nascimento - Repórter da
Agência Brasil
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse hohe (10) que
US$ 300 mil que recebeu da SBM Offshore foram repassados para o tesoureiro do
PT, João Vaccari Neto. A informação foi dada ao depor na Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara dos Deputados.
O engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e
delator da Operação Lava Jato, depõe na CPI da Petrobras na Câmara dos
Deputados — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
“Em 2010, foi solicitado à SBM um patrocínio de campanha,
mas não foi dado a eles diretamente. Eu recebi e repassei o dinheiro para a
campanha presidencial de 2010, em que disputavam José Serra e Dilma Rousseff”,
disse.
Perguntado a quem era destinado o dinheiro, Barusco
respondeu que foi encaminhado ao PT. "Eu recebi o dinheiro e repassei em
um acerto de contas em outro recebimento".
Segundo Barusco, a quantia foi solicitada ao empresário
Júlio Faerman, representante da empresa holandesa, como um “reforço” de
campanha eleitoral a pedido de Vaccari. “Foi ao PT, ao João Vaccari",
disse, destacando que a quantia foi “contabilizada” por ele como “pagamento
destinado ao PT”.
Em nota, assinada pelo presidente do PT, Rui Falcão, o
partido reitera que nunca tratou de finanças ou doações com Pedro Barusco. O PT
diz ainda, no documento, que o ex-gerente da Petrobras não apresentou, na CPI,
provas ou indícios que envolvam João Vaccari Neto com recebimento de propinas,
apesar de ter falado por mais de cinco horas e ser reiteradamente questionado
pelos integrantes da bancada petista.
A nota diz ainda que o PT vai processar o ex-gerente da
Petrobras por fazer denúncias sem apresentar provas. “[O PT] só recebe doações
dentro dos parâmetros legais, que são declaradas na prestação de contas ao
TSE”, reafirmou.