Sexta, 13 de março de 2015
Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil
Milhares de manifestantes estão reunidos na Cinelândia,
centro do Rio, para onde foi convocado um ato em defesa da Petrobras e
contra um possível pedido de impeachment da presidenta Dilma
Rousseff. Os manifestantes carregam muitas bandeiras da Petrobras, do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de centrais
sindicais. Um carro de som está parado em frente à Câmara Municipal.
Manifestantes chegam pela Avenida Rio Branco.
Presente ao
ato, o presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro,
Wadih Damous, disse que veio para a manifestação na condição de cidadão
comum, em defesa da Petrobras, o orgulho do povo brasileiro, e do Estado
Democrático de Direito.
"As pessoas estão vindo aqui porque
estão preocupadas com o que está acontecendo no país. Existe um cenário
de intolerância política, existe um cenário com ingredientes de viés
nitidamente golpista. Não é pelo fato de existir a figura do impeachment na Constituição da República que se pode sair por aí pedindo impeachment. Impeachment é algo muito específico, e a Constituição estabelece quais são os requisitos para se pedir impeachment. Não se vai à rua, como quem vai à praia, para pedir impeachment", afirmou Damous.
Ele
destacou que, apesar de não ter vivido as manifestações de 1964, vê
hoje muitos elementos parecidos com as condições que levaram o país a
sofrer um golpe militar, período estudado pela Comissão da Verdade.
"Sobretudo a atuação da imprensa. Matérias sensacionalistas,
distorcidas", citou o advogado.
"O episódio do tal panelaço, que
não foi panelaço coisíssima nenhuma, mostra que existe um cenário de
intolerância e de tentativa de abreviar o mandato da atual presidenta da
República. Então, isso tem que ser visto; há que se protestar contra
isso. Há que se defender, sim, o combate à corrupção, mas que esse
combate se dê dentro da lei e respeitando a Constituição", acrescentou.