Quinta,
12 de março de 2015
Da Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes
Mais uma derrota de Dona Dilma,
agora imposta pelo Supremo. Fartei de informar: Dilma não quer nomear o 11º
Ministro, com medo do senado vetar, e ao mesmo tempo manter a Segunda Turma com
apenas 4 ministros. E assim esperar que haja um empate, com os então acusados
ou réus, que seriam absolvidos após essa circunstância.
Celso de Mello e Marco Aurélio
Mello já criticaram duramente Dilma. Não atendidos, articularam mudança, que já
está em vigor. Transferiram regimentalmente um ministro da Primeira Turma para
a Segunda, esta ficou completa, não haverá a possibilidade de empate.
Quem for escolhido para a vaga
do primeiro Joaquim, não estreará com essa responsabilidade de presidir a Turma
que julgará o mais rumoroso processo da História da República.
E Dona Dilma perderá a ilusão
primária e sem grandeza; os ministros escolhidos, terão que servir
irresponsavelmente ao Executivo.
Derrotada, aparvalhada e
desorientada, Dona Dilma poderia completar o quorum do Supremo, mandar o nome
para o Senado, o mais alto tribunal ficaria com sua composição constitucional.
Se vetarem o nome, ou prolongarem indevidamente a decisão, terão que responder
perante as ruas, um poder que cada vez maior se agiganta ou se “alevanta”.
Uma única ressalva: na Primeira
república, (a nunca desmentida “republica velha”) o presidente preenchia a vaga
no Supremo, ele assumia, só depois o senado se manifestava.
Em 1891, Floriano derrubou
Deodoro, assumiu inconstitucionalmente, revoltando o senado e principalmente
Rui Barbosa. Em 1892 nomeou o médico Barata Ribeiro para o Supremo. 4 meses do
exercício do cargo, foi vetado pelo senado. Saiu.
Em 1893, Floriano nomeou a mesmo
Barata Ribeiro, Prefeito do Distrito Federal, assumiu. 5 meses depois, vetado
pelo senado, é nome de avenida em Copacabana, mas teve que deixar o cargo.
Agora o Supremo dá cheque-mate em Dilma, ela não sabe jogar xadrez e tem horror
à palavra.
Fato estranho, inédito e
surpreendente: 23 horas depois de assumir relevância na investigação da
Lava-jato, esse Ministro, Dias Toffolli, foi ao Planalto conversar com a
presidente. Conversar o quê?
Toffolli fez toda carreira
defendendo o PT e Ministros do governo do PT. Por causa disso, chegou ao
Supremo. No cargo, foi dura e demoradamente acusado pelo jornal Estado de
S.Paulo, por irregularidades.
Jamais contestou as acusações.
Agora, está na obrigação de vir a público explicar o que foi fazer no Planalto
e o que conversou. Ministro do Supremo e Presidente da República, têm que dar
importância opinião pública.
Os que
ocupam cargos importantes no Congresso, deveriam sair
Já que não têm a dignidade de
deixar os cargos, voluntariamente, deviam ser afastados, compulsoriamente. Dois
deputados do PP, investigados na lista de Janot, pertenciam a CPI. Foram
convidados a sair, resistiram. Veio ordem do senador Cid Nogueira, acusadíssimo,
para renunciarem. Tiveram que obedecer. Devia valer para todos os investigados.
Renan Calheiros e Eduardo Cunha, por isso e pelo conjunto da obra.
Ontem, durante horas, o
Congresso Nacional se reuniu para examinar o absurdo veto presidencial, ao
corretíssimo projeto de 30 horas para psicólogos.
A sessão foi presidida
alternadamente por Renan Calheiros e Romero Jucá. Não podiam nem participar
quanto mais presidir. Vergonha e constrangimento.
PS- 2015, decididamente não é
nada favorável para Dilma. Além de todos os inconvenientes, um raio caiu sobre
o batalhão de segurança da presidência, 17 feridos. Comentário dela:
"Ainda bem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar" Além de
tudo, desinformada.
PS2- Um dos "pais
servidores", que fizeram a Independência e a República, não quis ser
presidente, afirmou: "Quero continuar minhas invenções".
PS3-
Inventou o "pararaio", e quando ouviu isso que Dona Dilma repetiu,
informou: "O raio pode cair duas vezes no mesmo lugar e tem caído".
Isso é história, não quero tirar a tranquilidade de Dona Dilma, que alias está
sem nenhuma.