Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 12 de março de 2015

No Rio, operários são selecionados para evitar vaias a Dilma

Quinta, 12 de março de 2015
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Só entraram operários que prometeram não vaiar

Da Tribuna da Internet
Carlos Newton
Reportagem de Marco Antônio Martins, na Folha, mostra que os organizadores da visita da presidente Dilma Rousseff para inaugurar a ampliação do Porto do Rio, nesta quinta-feira, fizeram uma triagem de operários para evitar vaias e garantir aplausos no evento, especialmente preparado pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes e pelo governador Luiz Fernando Pezão, ambos do PMDB.

A escolha do local garantiu a tranquilidade da comitiva e a inauguração foi realizada numa área que fica embaixo da ponte Rio-Niterói, onde o acesso pode ser totalmente controlado.

Apenas 250 convidados, de acordo com a organização, tiveram acesso à área do evento. Destes, 50 eram funcionários e apenas 30 deles foram selecionados para tirar fotos com Dilma Rousseff. Do lado de fora, segundo a matéria da Folha, barcos da Marinha e do Exército cuidavam da segurança, enquanto homens do esquadrão antibombas da Polícia Civil vistoriam os veículos – inclusive os poucos carros de imprensa que tiveram acesso à área.

MANIFESTAÇÕES
Em meio à blindagem do evento, a presidente Dilma disse não temer o acirramento dos ânimos nas manifestações previstas para domingo em mais de 200 cidades.

“Eu sou de uma época –sempre repito isso– em que a gente não podia manifestar. Quem manifestasse era preso. O Brasil se fechou e caiu numa ditadura. A gente hoje tem que olhar para a manifestação com absoluta tranquilidade”, disse a presidente aos repórteres.

Segundo Dilma, o que não se pode permitir são atos de violência. “Nós não podemos aceitar violência contra pessoas ou patrimônio. Vocês [a imprensa] fora vítimas disso em um momento”, disse a presidente, lembrando a morte do cinegrafista Santiago Andrade em fevereiro de 2014, numa manifestação na região central do Rio.