Segunda, 9 de março de 2015

Da Tribuna da Impresa
Por Sebastião Nery
Padre Godinho, doutor em teologia em Roma, uma catedral de cultura,
deputado federal da UDN e do MDB de São Paulo, imitava perfeitamente as vozes
alheias. Uma noite, toca o telefone no apartamento do Padre Nobre (MDB de
Minas) em Brasília, amigo do Padre Godinho:
– É o senhor Padre Nobre? Padre Nobre, aqui é dom José Newton,
arcebispo. Soube que o senhor está na Comissão de Finanças da Câmara e estamos
precisando de ajuda para as obras de assistência aos menores da arquidiocese. O
senhor poderia providenciar uma verba?
– Pois não, senhor arcebispo. Com todo prazer. Farei isso amanhã.
– Muito obrigado, padre. E ajoelhe-se para receber minha benção.
No dia seguinte, na Câmara. Padre Godinho encontra padre Nobre:
– Nobre, sonhei esta noite com você ajoelhado à beira da cama, recebendo
uma benção.
PADRE GODINHO
Padre Nobre entendeu o trote, ficou uma fera, mas não disse nada ao
Padre Godinho. Deixou para vingar-se depois. Um mês depois, de manhã bem cedo,
toca o telefone no apartamento do Padre Nobre: