Sexta, 24 de junho de 2016
Do El País
Traduzido pela Auditoria Cidadã da Dívida
O Banco da Inglaterra (BoE) declarou que está preparado para injetar
250 bilhões de libras (R$ 1,16 trilhão) para manter o funcionamento dos
mercados e das entidades financeiras após o terremoto nas bolsas que
provocou a vitória daqueles que queriam que o Reino Unido abandonasse a
União Europeia (UE) no referendo dessa quinta-feira (23).
Algumas horas depois do referendo, o Banco Central Europeu (BCE)
soltou outra nota para o mercado afirmando que está preparado para
injetar mais liquidez nos mercados e assegurar a estabilidade de preços
após a decisão majoritária pela saída do Reino Unido da União Europeia.
O maior organismo monetário europeu considera que o sistema bancário
europeu é “resistente em termos de capital e liquidez” e garante que
está “preparado” ante essa “eventualidade” e em contato com todos os
bancos que supervisiona.
“O BCE está preparado para injetar liquidez adicional em euros e em
moedas estrangeiras se for necessário”, afirma o comunicado do Banco
Central, que destaca que “cumprirá com as suas responsabilidades” para
garantir a estabilidade de preços.
Desse modo, a instituição presidida por Mario Draghi está
supervisionando de perto o devir dos mercados financeiros “em contato”
com outros bancos centrais.
“Medidas adicionais”
O “governador” do BoE, o canadense Mark Carneu, garante que a
instituição “está preparada” para essa situação e “não descarta” tomar
medidas adicionais que garantam a estabilidade dos mercados e o
funcionamento da economia britânica.
“Já tomamos todos os passos necessários para nos prepararmos para os
eventos de hoje”, assinalou o maior responsável da política monetária
anglo-saxã, que acrescentou, “para amenizar os efeitos da decisão”, o
BoE implementou “amplos planos de contingência”.
O Banco da Inglaterra disse, antes de conhecer o resultado da
consulta, que estaria coordenado com o BCE para controlar a situação que
poderia se originar nos mercados financeiros.
Para tranquilizar investidores, Carney defendeu que os requerimentos
de capital dos principais bancos do país são “dez vezes maiores” que
antes da crise, pelo que garantiu que têm a flexibilidade necessária
para continuar concedendo crédito, tanto a empresas como a pessoas
físicas. Assinalou que os bancos captaram 130 bilhões de libras (R$ 603
bilhões) e têm nos seus balancetes mais de 600 bilhões de libras (R$
2,78 trilhões) em ativos de “alta qualidade”.
Todos os bancos britânicos, incluindo as filiais do Santander (o
quinto maior banco do Reino Unido) e o de Sabadell, o TSB, apresentaram
ao supervisor de Londres um plano de contingência para evitar um colapso
caso acontecesse o que ocorreu hoje, o desabamento dos mercados
financeiros.
Matéria publicada pelo jornal El País, da Espanha, e traduzida pela Auditoria Cidadã da Dívida