Quinta, 19 de janeiro de 2017
José Carlos Camapum Barroso,
assessor de Comunicação da Caesb
Artigo do professor Marcelo Pires
Mendonça, publicado neste blog, sob o título “Racionamento de Água no Distrito
Federal é branco, elitista e classista” demonstra o total desconhecimento do
autor sobre as medidas que estão sendo tomadas para superar a crise hídrica
vivida no Distrito Federal. Pela lógica do raciocínio, ou pela falta dela, fica
demonstrado também que o professor desconhece a realidade de classes e a
distribuição de renda no DF.
Primeiro, não é verdade que se
começou a tratar do assunto crise hídrica em 2017, de forma “extemporânea”.
Esse assunto vem sendo tratado pelos meios de comunicação, em mídias espontâneas
e campanhas publicitárias desde meados do ano passado. Em agosto, por exemplo,
a ADASA divulgou resolução em que estabelece os níveis de alerta, atenção e situação
crítica, com as respectivas medidas para cada caso, inclusive a possibilidade
de racionamento, entre outras.
A Caesb passou a tratar desse tema
semanalmente, por meio dos veículos de comunicação, alertando que, caso o
reservatório chegasse ao nível inferior a 20%, poderíamos ter manobras de
redução de pressão nas redes ou até mesmo o rodízio de água em Brasília. Tudo
isso foi feito de forma clara e transparente, com avaliação da realidade
hídrica de 2016, o período de seca amplo e intenso e outras dificuldades que
estavam sendo verificadas.
O professor também demonstra
desconhecimento sobre fatos pontuais e localizados, que podem ter sido gerados por alguma falta d'água em dias anteriores à implantação do rodízio. Não sabe porque
não quis saber o que de fato poderia estar acontecendo. Houve falta de água,
pontual, por problemas extraordinários, como rompimento de rede, ou por
interrupção programada da Caesb para execução de melhorias nas redes. Nada além
disso.
O senhor Marcelo, mesmo sendo um
professor, desconhece a realidade do nível de renda das cidades atingidas ou
não pelo rodízio de água. Não é verdade que a separação esteja sendo feita por
faixas de rendas, prejudicando pobres e negros, em benefício de ricos e
brancos.
Quanto desconhecimento da
realidade!
O rodízio de água, que acontece
nas áreas abastecidas pelo Descoberto, contempla cidades como Águas Claras e
Park Way, que não são cidades consideradas “pobres”, fazendo uso do jargão do
professor. Da mesma forma – talvez, com nível de renda um pouco inferior,
também não entram nessa qualificação cidades com Guará, Taguatinga e Vicente
Pires.
Estão fora do rodízio, porque são
abastecidas pelo Sistema Santa Maria/ Torto, cidades como Itapoã, Varjão e
Paranoá, que, em vez de afirmar, pergunto: não são regiões consideradas pobres?
Nelas não moram negros? Só moram brancos?
Da mesma forma, não estão no
rodízio cidades como Planaltina, São Sebastião, Sobradinho I e II, inclusive
Fercal, Brazlândia e São Sebastião, que também não podem ser distanciadas dos jargões
de “pobres” e “negros” tão utilizados pelo professor na sua equivocada
manifestação sobre a crise hídrica no DF.
Em setembro do ano passado, houve
manobras de redução de pressão e de rodízio de água nessas cidades, abastecidas
pelas captações isoladas, no entanto, não se viu manifestação de indignação do
professor sobre essas ações, então localizadas, por razões exclusivamente técnicas.
Não considerou ele que, “pobres e negros, poderiam estar sendo prejudicados?
O professor, por todo esse
desconhecimento, baixa capacidade de observação da realidade do DF e
incapacidade de análise sobre o tema, revela, na verdade, interesses, talvez,
ideológicos, políticos ou até mesmo partidário.
Lamentável, sobre todos os
aspectos, porque o professor, na verdade, presta um desserviço para o processo
de conscientização do que está sendo feito, de forma clara e transparente, e que
necessita de apoio da população para que obtenha melhores resultados.