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(Millôr Fernandes)

sábado, 13 de março de 2021

Giac pede ao Ministério da Saúde providências urgentes para evitar falta de oxigênio em Rondônia

Sábado, 13 de março de 2021

Documentação informa que 137 pessoas esperam por vaga em UTI no estado; sistema de saúde registra 100% de ocupação de leitos de UTI há 48 dias

O Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia Covid-19 (Giac) enviou ao ministro da Saúde, Eduardo Pauzello, ofício solicitando a adoção urgente de providências para evitar o risco iminente de desabastecimento de oxigênio medicinal do estado de Rondônia. A documentação, elaborada pelo governo de Rondônia e remetida ao Giac pela unidade do MPF no estado, informa que o sistema de saúde estadual registra 100% de ocupação de leitos de UTI há 48 dias, com fila de espera de 137 pacientes, sendo 98 em estado grave. Quatro municípios já encaminharam à Secretária de Saúde de Rondônia alerta da única empresa fornecedora de oxigênio medicinal, a Cacoal Gases, informando que os estoques devem durar apenas mais 15 dias.

Além das providências para evitar o desabastecimento de oxigênio, o MPF e o Giac pedem que o Ministério da Saúde avalie a possibilidade de destinação diferenciada de vacinas a Rondônia, como foi feito com outros estados da região Norte, considerando a situação de colapso. O ofício que encaminha a solicitação ao ministro da Saúde foi assinado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, coordenadora nacional finalística substituta do Giac, nesta sexta-feira (12).

Segundo relatório elaborado pelo governo estadual, a demanda por oxigênio em Porto Velho gira em torno de 150.000 m³/mês em hospitais públicos e privados, enquanto no interior do estado é de 55.000 m³/mês. Não há produção de oxigênio em Rondônia. O insumo vem do Mato Grosso do Sul e é fornecido apenas pela Cacoal Gases. Até 10 de março, foram 161.205 casos confirmados de covid-19 em Rondônia, com 3.240 óbitos. No momento, há 15.139 casos ativos e a tendência é de crescimento, com 1.721 novos casos registrados apenas no dia 10 de março.

A documentação alerta ainda que, a exemplo de outros estados da região Norte, Rondônia apresenta características geográficas, dificuldades de acesso, presença importante de populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Além disso, o período atual é denominado inverno amazônico, com intensa elevação dos níveis fluviais e altos índices pluviométricos, e a sazonalidade de outros vírus respiratórios, que contribuem para a sobrecarga do sistema de saúde, corroborando a necessidade de adoção imediata de providências.

Hospitais de campanha e transferência de pacientes – Também nesta sexta-feira, o Giac enviou ofício circular a todos os governadores, solicitando informações sobre hospitais de campanha. O Gabinete Integrado pergunta quantos hospitais foram instalados em cada local, quantos foram construídos e não entraram em funcionamento e as unidades que estão funcionando atualmente. Em relação às unidades desativadas, os governadores devem informar a data e o motivo do fechamento, além de esclarecer a destinação de insumos e equipamentos que compunham essas estruturas. O prazo para resposta vai até 19 de março.

Em outro ofício, remetido aos Departamentos de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas e de Gestão Interfederativa e Participativa do Ministério da Saúde, o Giac questiona sobre a dinâmica de transferência de pacientes com covid-19 de um estado para o outro no caso de sobrecarga dos sistemas estaduais de saúde e questiona se o Ministério da Saúde já definiu ou pretende definir um fluxo de remoção. Pergunta sobre o papel dos Conselhos Nacionais de Secretários de Saúde (Conass e Conasems) na remoção de pacientes entre diferentes estados, e solicita que o ministério avalie a possibilidade de utilizar a Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade para definir o fluxo para a remoção de pacientes.

Íntegras

Ofício para uso da CNRAC na remoção de pacientes