Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 8 de março de 2023

Por que nos matam ?

Quarta, 8 de março de 2023

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Estamos à mercê do nosso algoz, que poderia ser educado desde sua origem familiar, assim nos ensinou Nelson Mandela.

Por Fátima Sousa*

O feminicídio nunca esteve tão presente entre nós. A grande mídia impressa anuncia nossas mortes todos os dias em suas capas de jornal. De 01 de janeiro até o dia 05 de março, foram 1.357 matérias publicadas em 56 veículos distintos no Brasil, sendo 580 delas em portais de notícias e 387 somente no Distrito Federal. Das 18 capas de jornal falando sobre feminicídio no país, 15 foram no DF, que teve 244 notícias jornalísticas publicadas com esse mesmo conteúdo.

Nas matérias e suas capas de primeira página, o que se pode ler é a denúncia do silêncio intercorrente do Estado em torno da violência que se alastra na sociedade machista, patriarcal e preconceituosa, que se omite a cada grito de socorro velado entre olhares desviados ou apelos desconsiderados. Um Estado onde a banalidade do mal persiste, apesar dos alertas que nos foram dados por Hannah Arendt.

Estamos cada vez mais expostas aos holofotes e nos tornamos as peças mais “badaladas” do cenário de horrores que se tornou o sacrifício de mulheres, em especial, as mais jovens, embora nenhuma de nós escape da “seleção” de nosso gênero pelos algozes mais cruéis na face da terra: aqueles que deveriam ser nossos companheiros, pais de nossos filhos, parceiros de todas as horas. Sim, o sapo nem sempre vira príncipe encantado e nos fazem felizes para sempre. Ele permanece sapo e dos mais venenosos, a nos matar com seu ódio por estarmos vivas. Já nos avisava Cássia “[…] quem sabe o príncipe virou um chato […]”.

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