Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Gostaria de saber o que passa pela cabeça dos militares que assessoram Bolsonaro

Segunda, 2 de setembro de 2019
Da Tribuna da Internet

Carlos Newton  
Não adianta alegar que Jair Bolsonaro sempre foi assim, que já era esperado esse procedimento exótico adotado pelo presidente desde que assumiu o poder, em janeiro, e também não adianta dizer que ele jamais vai mudar. O fato concreto é que o ministro mais próximo responde pela Secretaria-Geral da Presidência, chama-se Jorge Antônio de Oliveira Francisco e na semana passada deu entrevista a Bela Megale, de O Globo, com declarações estranhíssimas.
Muitos amigos falam: ‘Cara, como você trabalha com aquele maluco? Deve ser chato pra caramba’. Pelo contrário, a gente morre de rir o dia todo. Ontem, estava despachando com ele um assunto seríssimo. Uma pessoa entrou, e ele começou a dar risada, brincar…”, revelou o bem-humorado ministro.
DEU MUITA SORTE – Na verdade, Jorge de Oliveira tem bons motivos para “morrer de rir o dia todo”, pois sempre deu sorte na vida. Especialmente a partir de 1998, quando seu pai, que era capitão do Exército, tornou-se chefe de gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, que passou a ajudar a carreira do filho do amigo.

domingo, 12 de maio de 2019

Quem analisa com frieza a obra de Marx reconhece que suas críticas são válidas

Domingo, 12 de maio de 2019
Da Tribuna da Internet
Francisco Bendl  
O notável articulista Percival Puggina se deixou contaminar pelos conceitos deturpados a respeito de Marx, lamento. Inteligente, mente arejada e culto, no entanto Puggina não ampliou seus estudos a respeito da essência dos enunciados do filósofo alemão. Aliás, os dias de hoje comprovam que Marx tinha plena razão nos seus alertas contra o capitalismo, pois o dinheiro seria de fato o novo Deus do indivíduo, levando à ganância e ao lucro exagerado. Pois, desde tempos imemoriais, o homem sempre foi humilhado e explorado pelo mais forte.
A história registra desde seus primórdios exatamente a exploração do homem pelo homem, mencionado séculos depois pelo filósofo Thomas Hobbes: “O homem é o lobo do homem” é uma frase tornada célebre pelo filósofo inglês, ao significar que o homem é seu maior inimigo.
DETURPAÇÃO – Marx, repito, teve deturpadas as suas teorias, de modo a permitir que o sistema continuasse usando a força do trabalhador como fonte de riqueza para seus empregadores, principalmente os patrões cristãos, que frequentavam as igrejas, doavam dinheiro à construção de mais basílicas, catedrais, santuários, mosteiros… cultuavam Deus, porém exploravam os filhos deste mesmo Deus!
Ao acusar Marx de ser anticristão, seus detratores deveriam perceber que, na razão direta desses conceitos formulados contra as respostas trazidas pelo filósofo alemão sobre as relações trabalho-capital, os capitalistas seriam, então, absolutamente contrários à espécie humana!
Pela exploração que lhe faziam e que ainda lhe fazem, os capitalistas detestariam o homem que precisa de trabalho, considerando que o empregado é uma pessoa inferior, sem estudos, sem maiores qualificações, por mais estulto e néscio que fosse o empregador.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Guedes usa a mídia para assustar os deputados e aprovar reforma da Previdência

Segunda, 18 de março de 2019
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Da Tribuna da Internet
Carlos Newton 
Diante da desfaçatez que a  equipe econômica demonstrou nesta sexta-feira, dia 15, ao fornecer à mídia a falsa informação de que é o déficit da Previdência Social que causa o descontrole da dívida pública bruta, assumimos o atrevimento de garantir que isso é mentira, trata-se da maior “fake news de caráter oficial” de todos os tempos. A informação omite que a Previdência está sufocada por gastos de assistência social, ao sustentar brasileiros carentes que jamais contribuíram para o INSS, como os trabalhadores rurais, os inválidos e os carentes. Este é o primeiro ponto, porque contabilmente estes gastos não podem ser considerados previdenciários.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Com Brumadinho, a Vale tornou-se a empresa mais assassina da História do Brasil

Terça, 29 de janeiro de 2019
Da Tribuna da Internet

Por 
Pedro do Coutto


Os corpos das vítimas são colocados em bandejas funerárias

Trata-se de um registro hediondo, mas, sem dúvida, a Vale S/A, privatizada pelo ex-presidente FHC, tornou-se a maior empresa assassina da história brasileira. Cito FHC não para culpá-lo, porém somente para acentuar os anos que se passaram, faixa de tempo mais do que necessária para que os governos de Lula, Dilma Housseff e Michel Temer exigissem da empresa as providências de precaução quanto a eventualidade de desastres como os de Mariana e Brumadinho.

Eram necessárias práticas concretas de segurança. Mas a fiscalização federal foi absolutamente omissa. O resultado está aí aos olhos de todos. Omissão também produz crimes em sequência. A vida humana não tem preço.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Chefes militares deviam se envergonhar de defender privilégios na Previdência

Sexta, 11 de janeiro de 2019
Tribuna da Internet
Charge do Alpino (Yahoo Brasil)

Carlos Newton
A gente não pode elogiar. Foi só escrever aqui na “Tribuna da Internet” que o general Fernando Azevedo e Silva era um dos destaques positivos do governo Bolsonaro que o ministro da Defesa pôs logo tudo a perder, ao defender os privilégios dos militares na reforma da Previdência.

“PROTEÇÃO SOCIAL” – Disse o ministro, diante do presidente da República e da nata das Forças Armadas, que os militares têm “sistema de proteção social” e não um regime previdenciário, devido “às peculiaridades da nossa profissão, que as diferenciam das demais, fundamentando a necessidade de um regime diferenciado, visando assegurar o adequado amparo social aos militares das forças armadas e seus dependentes”.

Meu Deus, aonde estão os militares de verdade, aqueles que colocavam a pátria acima de tudo? Hoje os militares parecem curvados ao Deus Dinheiro, de olho no contracheque e na aposentadoria, que eles chamam de reserva, como se fossem entrar em campo a qualquer momento.

“PROTEÇÃO SOCIAL” – Na cerimônia desta quarta-feira, após assumir a função, o novo comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, disse concordar com a posição do Ministério da Defesa sobre um regime diferenciado para militares.

“A posição da Marinha é a posição do ministério da Defesa. Não temos previdência, nós temos um sistema de proteção social dos militares. É impróprio mencionar a palavra previdência do ponto de vista técnico”, disse Ilques.

Quer dizer que inventaram o neologismo “proteção social”, para tirar os militares da reforma da Previdência, embora sejam justamente eles os que mais consomem recursos do INSS?

JUSTIFICATIVA – O mais inacreditável foi a justificativa que o novo comandante da Marinha encontrou “para a diferenciação”, ao ressaltar como especificidades da carreira “a prontidão” e a boa saúde física.

Ora, se os militares merecem “proteção social”, o que dizer dos policiais civis e militares, dos bombeiros e dos agentes penitenciários que morrem a serviço da população? E as equipes médicas que lidam com todo tipo de doença transmissível? E os mergulhadores, recordistas mundiais que arriscam a vida nos campos da Petrobras e nem são empregados da estatal, recebem baixos salários como “terceirizados”?

Se os militares ocasionalmente fazem “prontidão”, esses outros heróis anônimos brasileiros – entre tantas profissões de risco – marcam presença 24 horas por dia, 365 dias ao ano, para servir ao povo.

PLÁCIDO E ALVIM – O Brasil tem muitos heróis esquecidos. Tenho veneração por dois deles: o major Plácido de Castro e o médico Álvaro Alvim. O ex-oficial liderou aos 27 anos  a revolução dos seringueiros que conquistaram o Acre para o Brasil, derrotando sozinhos o Exército e a Marinha da Bolívia, porque o governo brasileiro era contra a revolta e os militares não podiam apoiá-los.

Se Plácido de Castro não tivesse agido contra os interesses dos Estados Unidos e do Reino Unido, que haviam arrendado o Acre através do Bolivian Sindicate, possivelmente a Amazônia seria hoje anglo-americana. Mas quem se interessa?

Quanto ao dr. Álvaro Alvim, foi o grande médico que introduziu o Raio-X no Brasil e teve amputadas as duas mãos, de tanto tirar radiografias dos pacientes para salvar-lhes as vidas.

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P.S. – Lembrando heróis como Plácido de Castro e Álvaro Alvim, fico com a ligeira impressão de que já não se fazem mais brasileiros como antigamente. Que as almas deles nos iluminem e nos deem capacidade de aturar os brasileiros de agora. (C.N.)

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Na imprensa e no povo, foi péssima a repercussão do julgamento de Temer

Segunda, 12 de junho de 2017
Da Tribuna da Internet
Gilmar  não agradou a gregos nem a troianos

Pedro do Coutto
Não podia ter sido pior a repercussão na imprensa do resultado do julgamento do TSE que apenas prolongou, por pouco tempo, a permanência do presidente Michel Temer no poder. Nenhum jornal, nenhum comentarista de programas na televisão, ninguém na realidade ficou satisfeito com o voto de Minerva do ministro Gilmar Mendes. A sensação geral é a de frustração e de descrédito, não quanto a Justiça em geral, mas em relação ao TSE em particular, principalmente aos quatro integrantes que garantiram a vitória de uma tese impossível à luz da lei, da ética e até da moral.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Gilmar Mendes está desmoralizando o Supremo e precisa sofrer impeachment

Quinta, 4 de maio de 2017
Da Tribuna da Internet
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Carlos Newton
No ano passado, houve vários pedidos de impeachment do ministro Gilmar Mendes, recusados pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Um deles foi apresentado pelos juristas Celso Antônio Bandeira de Mello, Fábio Konder Comparato, Sérgio Sérvulo da Cunha e Álvaro Augusto Ribeiro da Costa, além da ativista de direitos humanos Eny Raymundo Moreira e do ex-deputado Roberto Amaral.
No último dia 12, a Mesa do Senado recebeu mais  um pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes, desta vez apresentada pelo advogado Alberto de Oliveira Piovesan, sob alegação de crime de responsabilidade.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

É impossível que Meirelles não entenda o mal que está fazendo ao país

Quinta, 27 de abril de 2017
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton
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Meirelles manda muito mais do que Tem


Henrique Meirelles é o exemplo de brasileiro bem-sucedido. Formado em Engenharia Civil pela USP, fez um curso de Administração (MBA) na UFRJ e em 1974 começou a trabalhar no BankBoston, que dez anos depois o indicou para um estudo avançado em Harvard, e acabou se tornando presidente mundial do banco americano. De volta ao Brasil, em 2002 investiu parte da fortuna numa campanha eleitoral pelo PSDB em Goiás, foi o deputado federal recordista em votos do Estado (183 mil), nunca se viu nada igual. De olho no governo de Goiás e na Presidência da República, renunciou ao mandato para presidir o Banco Central nos governos de Lula.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Atual ministro do Planejamento era o “operador” de Mantega na compra das MPs

Quinta, 20 de abril de 2017
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton
Exatamente como acontece no roteiro do célebre filme de Elio Petri, em que as evidências de autoria do crime são desconsideradas nas investigações, por se tratar de um cidadão acima de qualquer suspeita, também no governo de Michel Temer existe um desprezo absoluto pelos ilícitos cometidos por ministros e parlamentares. Aliás, era exatamente isso que ocorria na Era do PT, quando os crimes cometidos por companheiros e aliados passaram a ser apelidados de “malfeitos” por Dilma Rousseff, que se comportava como se o simples fato de a pessoa ser petista já seria suficiente para eximi-la de qualquer culpa.

sábado, 15 de abril de 2017

Ao criar Lula para destruir Brizola, os militares conseguiram arrasar o país

Sábado, 15 de abril de 2017
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton

Como agora todos sabem, através das informações do empresário Emilio Odebrecht, as quais são conhecidas há décadas, mas muitas lideranças de esquerda se recusavam a acreditar, Lula realmente foi uma invencionice do general Golbery do Coutto e Silva, famoso alter ego da revolução de 1964, para evitar que o trabalhista Leonel Brizola chegasse ao poder. Quem conheceu Golbery sabe que era um mestre nos bastidores da política. O cineasta Glauber Rocha merecidamente o chamou de “o gênio da raça” e quase foi crucificado por essa frase de efeito.

domingo, 9 de abril de 2017

Governo paga mais de juros da dívida do que o déficit da Previdência

Domingo, 9 de abril de 2017
Da Tribuna da Internet

Charge sem assinatura (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
Os ministros Henrique Meirelles e Dyogo de Oliveira – reportagem de Martha Beck e Bárbara Nascimento, O Globo edição de sábado – anunciaram que a meta fiscal para 2018, ao invés de um déficit de 79 bilhões, projeta um déficit de 129 bilhões de reais. Disseram que só em 2020 as contas públicas vão apresentar resultado positivo. Como os ministros da Fazenda e do Planejamento referiam-se ao que classificam como resultado primário, fica no ar a dúvida se este resultado inclui ou não os juros pagos pelo governo Michel Temer pelo giro da dívida interna do país.
Isso porque a dívida interna brasileira eleva-se a mais de 3 trilhões de reais, metade do Produto Interno Bruto. Como os juros estão condicionados à Taxa Selic, hoje na escala anual de 12,25% pode-se projetar a despesa decorrente em torno de 360 bilhões de reais, o dobro do déficit atribuído à Previdência Social.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Temer disse que tinha 27 candidatos ao Supremo, mas escolheu o ministro errado…

Terça, 7 de fevereiro de 2017
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton
Michel Temer jamais foi tipo galã de cinema. Pelo contrário, melhorou muito depois da plástica no nariz, implante de cabelos e lentes de contato. Hoje é até um senhor de boa aparência, mas na verdade se transformou num personagem arrogante, esnobe e presunçoso. É fechado, de pouca conversa, um orador enfadonho e sem carisma, parece um milagre que tenha se tornado político e chegado à Presidência. No entanto, Temer se acha o máximo e adora exercitar a vaidade.
No final de semana, abriu um espaço na agenda para dar entrevista a Ricardo Noblat, de O Globo, e fez revelações interessantes e ardilosas. Ao dizer que tinha 27 nomes de candidatos à vaga no Supremo, por exemplo, induziu a erro o jornalista, com quem mantém relações pessoais há décadas. Na entrevista, Temer indicou que, entre os 27 aspirantes, um deles poderia ser afastado – justamente Alexandre de Moraes, atual ministro da Justiça, sob a falsa alegação de que dele não poderia prescindir no governo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Temer devia demitir o ministro da Justiça pela inexistência de política penitenciária

Terça, 3 de janeiro de 2017
Da Tribuna da Internet
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Moraes jamais se preocupou com a situação dos presídios

Jorge Béja
“Jorge, aqui é o Tim Lopes, amanhã estou te mandando três famílias dos presos que morreram no presídio da Frei Caneca na matança da semana passada pra você cuidar dos processos na justiça. Pode ser?”.”Sim, Tim Lopes, pode mandar”. Essas ligações de Tim Lopes lá para o escritório eram frequentes de 1974/5 a 1985/86. Tim ainda era iniciante na carreira de repórter. Talentoso, simples, inovador e destemido, anos depois foi para a TV Globo. Foram 33 ações que advoguei contra o Estado do Rio de Janeiro com pedido de indenização pelas mortes de detentos nos presídios. Mais da metade foi o Tim Lopes quem mandou as famílias me procurarem.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Governo não reprime falsas empresas que sonegam o INSS e o Imposto de Renda

Segunda, 26 de dezembro de 2016
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton

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TV Globo transformou os artistas em falsas “pessoas jurídicas”
Conforme estamos afirmando nesta série de artigos sobre a reforma da Previdência, os supostos especialistas do governo querem reduzir o déficit através de um pacote de maldades que se limita a propor redução de direitos sociais, sem se preocupar também com as múltiplas possibilidades de aumentar a arrecadação do INSS.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Maior presente de Natal aos brasileiros seria reavaliar a reforma da Previdência

Sábado, 24 de dezembro de 2016
Da Tribuna da Internet
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Marcelo Caetano conduz uma reforma injusta e desumana

Por Carlos Newton
Na entrevista coletiva desta quinta-feira, às vésperas do Natal, o presidente Michel Temer defendeu a aprovação da reforma da Previdência, nos termos em que está colocada. Isso significa que o chefe do governo não conhece os teor das mudanças contidas no projeto ou não entende absolutamente nada sobre o assunto, pois a proposta está eivada de gravíssimas injustiças e representa um equívoco constrangedor.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Estado do Rio de Janeiro virou uma massa falida sem síndico e sem interventor

Quinta, 22 de dezembro de 2016
Da Tribuna da Internet

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

Jorge Béja 
Quando o governador do Rio decretou o estado de calamidade financeira, o decreto equivaleu à sentença que decreta a falência de uma empresa. Embora tenha sido um artifício rigorosamente inconstitucional, uma vez que “calamidade financeira”  não existe em nenhuma lei, o nome pegou, criou raízes e está sendo usado para justificar um grande estrago. Fala-se até em “recuperação judicial”, como se este instituto previsto na lei de falência, também fosse possível empregá-lo em benefício de um ente público federado. Quanta barbeiragem jurídica! Mas que o Estado do Rio de Janeiro está falido, está. Que o decreto de “calamidade financeira” segue incólume e vigente, isso também é verdade. Que “calamidade financeira” nada mais é do que o reconhecimento público e oficial da autofalência, ninguém põe em dúvida e nem contesta.

sábado, 3 de dezembro de 2016

“Pedido de desculpas” da Odebrecht está envolto numa desfaçatez inaceitável

Sábado, 3 de dezembro de 2016
Da Tribuna da Internet
Jorge Béja
A nota de duas páginas “Desculpe, a Odebrecht errou”, que a empresa estampa hoje nos jornais, é uma lástima. A nota é dirigida a quem? A pergunta faz sentido, porque a nota não tem destinatário. E acima deste título está escrito “Expressão de Opinião”, o que estraga e desmerece ainda mais a nota. É mera “Expressão de Opinião”, e não um Ato de Contrição. E a primeira frase desta nota sem destinatário contém uma mentira que não tem mais tamanho. Uma mentira tão gigantesca quanto o tamanho da empresa e o estrago que ela cometeu por causa da corrupção.

Começa assim: “A Odebrecht reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial”. E desde quando crimes reiterados contra o erário nacional, contra o dinheiro do povo brasileiro, contra a Nação Brasileira podem ser etiquetados como “práticas impróprias”? Ou seja, a empresa demonstra querer abrandar o que não pode ser abrandado. Tornar leve, suave e suportável o que é monstruosamente pesado e insuportável.
PRESSÕES EXTERNAS? – E prossegue: “Não importa se cedemos a pressões externas, tampouco se há vícios que precisam ser combatidos ou corrigidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor público”.
Importa, sim. E como importa! Ou vocês da Odebrecht acham que o povo não sabe o que é cidadania, que o povo brasileiro detesta a desonestidade, sabe o que é decência e não aceita a corrupção? E mais: “Vícios”? Quer dizer então que os crimes que a empresa e seus dirigentes cometeram contra o povo foram meros “vícios”? Vício é prática repetida de mau hábito. É conduta imprópria.
É de se reconhecer que os senhores usaram um substantivo suave para se referir aos hediondos crimes de lesa-pátria que cometeram, sejam como corruptores e/ou corrompidos ou as duas coisas juntas.
AGRESSÃO A VALORES – “Foi um grande erro, uma violação dos nossos princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética. Não admitiremos que isso se repita”.
Que saiba esta empresa, que apesar de sua inegável tradição e dos relevantes serviços prestados, os crimes cometidos jamais poderiam ter ocorrido, no passado, no presente e no futuro. Logo, prometer que daqui para frente os crimes não mais se repetirão não é uma virtude, mas comezinho dever no relacionamento da empresa com o setor público, relacionamento que a empresa desprezou e deu no que deu.
E essa frase “Por isso, a Odebrecht pede desculpas, inclusive por não ter tomado antes esta iniciativa” não externa arrependimento. Muito menos arrependimento eficaz. O pedido era para ser de perdão. Pedir desculpas é muito pouco. Desculpas se pede quando alguém, sem querer esbarra na outra pessoa, na rua, no ônibus, quando dá um encontrão no outro… Para se redimir da reiterada prática de atos criminosos contra o povo, o mínimo que se espera é pedir perdão. Pedir perdão por toda a vida. E pedido de perdão tendo o povo brasileiro como destinatário.
VÁRIAS LIÇÕES – E acrescenta a nota: “A Odebreccht aprendeu várias lições com os seus erros. E está evoluindo. Estamos comprometidos, por convicção, a virar essa página”.
Se vê que do início ao fim a empresa rotula os crimes que cometeu como meros “erros”. E garante que está evoluindo, que está comprometida, por convicção a “virar essa página”. Não, senhores, não foram “erros”, mas crimes hediondos. E nem era preciso dizer que está evoluindo… que está comprometida, por convicção, a virar essa página. São garantias que não precisam ser prometidas.
E aqueles 10 compromissos que os senhores assumem no verso da página da nota nem precisavam estar escritas. “Não tolerar a corrupção”, “dizer não à desonestidade”… e os demais compromissos deveriam ter sido sempre rotineiramente praticados. É obrigatório. É civilidade. É ordem. É da lei. É da moral.
Por fim, o pior da nota: “A sociedade quer elevar a qualidade das relações entre o poder público e as empresas privadas”. Que barbaridade afirmar isso! Deixa a impressão que nós, a sociedade, o povo brasileiro, é que baixamos a qualidade das relações, quando, na verdade, quem as tornaram promíscuas e imundas foram os senhores e os administradores públicos. Não fomos nós, o povo brasileiro.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

No esquema de Cabral, transportadora de valores tornou-se um banco de segredos

Terça, 22 de novembro de 2016
Da Tribuna da Internet
Pedro do Coutto




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Como sempre sonhou, Cabral ficou famoso no exterior
O economista Marcos Lisboa, em sua coluna semanal na Folha de São Paulo, publicada dia 20, apresentou a concessão de aumentos ao funcionalismo público como fator principal do desequilíbrio fiscal e orçamentário do Rio de Janeiro. Equivoca-se, a causa está no sistema desenfreado de corrupção montado e operado sem limites ao longo dos últimos nove anos, ininterruptamente. Incentivos incluíram até joalherias de luxo. Tradicionais, já se encontravam funcionando há muito tempo.
Esta comprovação derruba totalmente o argumento de que os estímulos fiscais destinavam-se à instalação de empresas. Como? Elas já estavam instaladas antes das desonerações concedidas.

domingo, 25 de setembro de 2016

Ainda existe esquerda no Brasil? Que esquerda? A do PT?

Domingo, 25 de setembro de 2016
Da Tribuna da Internet
Marcelo Câmara
Vamos, numa série de artigos, dar um passeio pelo cenário político-partidário do País, para saber onde estão os personagens da verdadeira Esquerda. Comecemos pelo PT, que se diz “de Esquerda”. No Brasil, quando falamos de Esquerda, lembramos do PCB, de 1922, comunistas marxistas-leninistas de Astrojildo Pereira e, depois, Prestes, hoje de Ivan Pinheiro, e suas históricas dissidências e linhas; no PSB de João Mangabeira, depois do contraditório Arraes; nos Trabalhistas-Nacionalistas, a Esquerda Democrática do PTB do Getúlio eleito em 1950, de Jango e Brizola, depois PDT; nos trotskistas dissidentes do PCB de 1962, que criaram o PCdoB, de Grabois, depois de Amazonas, no partido agora em falência nas mãos do PT; nos Socialistas cristãos discípulos de Maritain, defensores do Dom Hélder Câmara pós-64, habitantes de vários partidos; no MR8 próximo do antigo MDB, por ele acolhido; do saudoso PSDB de Covas e Montoro; e em outras vertentes populares e progressistas.

sábado, 27 de agosto de 2016

Salários perdem para inflação e 34% dos clientes abandonam os planos de saúde

Sábado, 27 de agosto de 2016
Da Tribuna da Intenet
Pedro do Coutto
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria – reportagem de Eliane Oliveira, O Globo, de sexta-feira – revela que 34 por cento dos brasileiros se viram obrigados a cancelar seus planos de saúde, em decorrência, é claro, da impossibilidade de pagar as mensalidades. O presidente da CNT, Robson Andrade, afirmou que tal panorama é reflexo da crise que atinge todas as camadas da população.
Crise geral, sim, digo eu, mas que alcança principalmente os trabalhadores e servidores públicos, porque seus salários estão perdendo seguidamente para a inflação oficial do IBGE. A taxa inflacionária de 10,6 por cento, por exemplo, registrada em 2015, ainda não foi compensada. Este ano, até julho, os índices mensais já se elevam a 4 pontos. Portanto, as perdas continuam se acumulando, agora numa escala de 15 por cento. Quer dizer: em agosto de 2016 os salários valem menos 15 degraus do que significam em janeiro do ano passado.