Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Tema da dívida pública entra nos debates legislativos

Sexta, 9 de dezembro de 2011

Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
Hoje [9/12], o debate sobre a dívida pública foi repercutido pelos veículos de comunicação do Poder Legislativo. O Jornal da Câmara comenta sobre a sessão de ontem, quando foi discutido o Projeto de Lei 1992/2007, que privatiza a previdência dos servidores públicos. Esta é mais uma Reforma da Previdência defendida sob o argumento de um falacioso “déficit”, e criticada pelo Deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP):

“O que eles estão fazendo é desmontando a máquina do serviço público. Eles querem dinheiro para fazer um fundo que será administrado por empresa de previdência privada. O problema do Brasil não é previdência, mas sim os juros da dívida que chegaram a R$ 180 bilhões”

Já no Senado, hoje foi aprovada a prorrogação até 2015 da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo destinar para onde quiser (principalmente ao pagamento da dívida pública) 20% das receitas que deveriam ir para importantes áreas sociais. A matéria ainda será votada em segundo turno pelos senadores no dia 20/12.

Agência Senado repercute o discurso de vários senadores, denunciando o privilégio da dívida sobre as áreas sociais:

A líder do PSOL, senadora Marinor Brito (PA), argumentou que quase 50% do Orçamento da União para 2012 serão destinados ao pagamento da dívida pública, enquanto áreas como saúde, assistência social, cultura e educação têm baixos investimentos.
A DRU, afirmou Marinor, ajuda o governo a priorizar a amortização da dívida em detrimento de setores que merecem mais investimentos.

- O país pratica a DRU há mais de 15 anos e continua praticando os maiores juros do mundo. Em nome do povo brasileiro e das políticas sociais, o PSOL vota contra a DRU! - disse a senadora.”

Ontem [7/12], o Senado também aprovou a regulamentação da Emenda Constitucional 29, em uma versão rebaixada que impediu o aumento dos recursos federais para a saúde. Em 2008, o Senado havia aprovado uma proposta que aumentaria em cerca de R$ 40 bilhões anuais os recursos desta importante área social, mas quando a matéria chegou ao Plenário da Câmara, a base do governo rejeitou esta proposta.

Ontem [7/12], o Senado teve a oportunidade de recuperar seu projeto original de 2008, mas para manter o privilégio da dívida pública, preferiu aprovar a proposta da Câmara.