Domingo, 25 de dezembro de 2011
Do MTST
Contamos mais uma tentativa de
homicídio, contra o companheiro Edson Francisco da Silva. A cidade de
Brazlândia, onde o MTST [Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto] tem trabalhos desde início de 2010, praticamente
se mostra como território proibido para este companheiro.
Edson é membro da coordenação nacional
do MTST e constrói o movimento no DF, ele foi quem teve a casa invadida e
alvejada por 18 tiros e conseguiu fugir tendo sido atingido de raspão
apenas por um. Isso ocorreu em setembro de 2011. Algum tempo depois, com
toda a coordenação do DF sempre preocupada com qualquer deslocamento, o
mesmo Edson foi perseguido dentro de Brazlândia e só conseguiu
despistar as pessoas na cidade vizinha de Ceilândia.
Esperando que o ano estivesse se
encaminhando para o final, depois de o MTST ver como o governo do DF
trai os trabalhadores e rompe qualquer acordo, depois de descobrirmos
que as operações, sempre ilegais, de despejo que o GDF faz agora são
acompanhadas por fotos de coordenadores do MTST, o companheiro Edson
estava levando sua vida. Indo de Brazlândia para Ceilândia no início da
madrugada de segunda (19/12) para terça ele, que estava de moto, foi
surpreendido por um veículo em altíssima velocidade perseguindo-o. Só
conseguiu identificar a cor vermelha do carro. Em poucos minutos depois
de ter percebido a perseguição, no balão da BR-070, curiosamente próximo
da área ocupada em julho deste ano pelo MTST, o carro bate covardemente
na traseira da moto, que só não perdeu o controle por muita sorte e
força no braço, contudo ela bateu nos meio-fios e no balão o companheiro
caiu e foi arrastado na grama, batendo violentamente cabeça, ombro, mão
e perna no chão. Os responsáveis fugiram.
Edson foi a um pronto-socorro e, apesar dos ferimentos, passa bem.
Após, foi fazer a denúncia no 24ª DP,
delegacia da área. O oficial que iria receber a ocorrência se recusava
justificando que a moto não estava no local para ser periciada e outras
desculpas. O que surpreendeu, não pelo teor mas por falar daquela
maneira, foi quando ele perguntou "Mas se tentaram te matar essas duas
vezes você deve ser envolvido com coisa errada, não é não?" "Não senhor,
sou só militante de movimento social!" "Há, então..." É essa a visão
que o Estado tem do militante, temos certeza também que se o companheiro
não fosse negro, ou usasse palavras complicadas o tratamento seria
diferente.
Não paramos de lutar, não desistimos,
tentaram com este companheiro duas vezes o que só mostra que estamos no
caminho certo no DF. Incomodando quem deve ser incomodado e garantindo
luta pra todos que quiserem lutar!
MTST! A LUTA É PRA VALER!