Terça, 27 de dezembro de 2011
Da Agência Brasil
Vitor Abdala, repórter
 
 Um jovem de 15 anos morreu na noite de ontem (26) 
depois de ser baleado em troca de tiros envolvendo militares do Exército
 e criminosos no Complexo da Penha, na zona norte da cidade do Rio. O 
conjunto de favelas, assim como o vizinho Complexo do Alemão, está 
ocupado por 1,8 mil homens do Exército desde novembro de 2010.
Segundo o coronel Malbatan Leal, chefe da comunicação social da 
Força de Pacificação que atua nos dois conjuntos de favelas, militares 
faziam uma patrulha de rotina na localidade do Mirante da Chatuba, 
quando avistaram três pessoas em atitude suspeita.
De acordo com ele, os militares tentaram abordar os suspeitos, mas 
eles fugiram e começaram a atirar contra a patrulha. “O comandante dessa
 patrulha determinou que eles parassem. Isso não ocorreu. Ele realizou 
disparos de advertência para poder intimidar o pessoal. Mesmo assim, 
eles não obedeceram e continuaram [a atirar]. A partir daí começaram os 
disparos de autoproteção [por parte dos militares] contra a ameaça”, 
disse o coronel.
Baleado durante o tiroteio, o jovem de 15 anos, identificado como 
Abraão da Silva, chegou a ser socorrido por uma ambulância do Exército e
 levado ao Hospital Getúlio Vargas, mas acabou morrendo. Nenhuma arma ou
 droga foi apreendida com a vítima.
Mesmo com os 13 meses de ocupação dos complexos do Alemão e da 
Penha, que, segundo o governo do estado do Rio, pacificou os conjuntos 
de favelas, os militares ainda têm enfrentado homens armados. Em 
setembro, um grande tiroteio assustou moradores dessas comunidades. Em 
novembro, um militar ficou ferido depois de ser atacado por criminosos.
Segundo o coronel Malbatan Leal, houve avanços no controle da 
criminalidade nos dois complexos, mas os conjuntos de favelas ainda não 
estão “pacificados”. “Ao longo de um ano, muita coisa melhorou. O 
cenário mudou completamente em relação ao que era. Hoje patrulhamos 
todas as áreas, o que antes não acontecia. Mas seria leviandade de nossa
 parte dizer que está pacificado. Não está. Tanto é que ainda ocorrem 
situações como as que aconteceram”, disse o coronel.
Os complexos do Alemão e da Penha foram ocupados por determinação do
 governo fluminense, com o objetivo de instalar uma Unidade de Polícia 
Pacificadora (UPP) nessas áreas. A previsão inicial era que a UPP fosse 
implantada em outubro deste ano. Mas o governo fluminense decidiu, com 
apoio do governo federal, manter o Exército na região até junho do ano 
que vem. 
