Sexta, 21 de abril de 2017
Paulo Victor Chagas - da Agência Brasil
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara
Federal, acolheu os pedidos do Ministério Público Federal para
aprofundar as investigações da Operação Conclave. O objetivo é apurar a
responsabilização de gestores da Caixa Econômica Federal nas
negociações, que se iniciaram em 2009 e culminaram com um contrato de
compra e venda de 35% do capital social do Banco Panamericano por quase
R$ 740 milhões. De acordo com o juiz, o banco foi posteriormente
socorrido pelo Fundo Garantidor de Crédito com R$ 3,8 bilhões.
Os
investigadores apontam que meses após a aquisição, em maio de 2011, o
banco de investimento BTG Pactual comprou a participação acionária da
instituição financeira que pertencia ao Grupo Sílvio Santos. A parte do
banco correspondente a 37% foi comprada “surpreendentemente”, segundo
Vallisney de Souza, por R$ 450 milhões.
Segundo
a petição, os investigadores buscam obter “elementos probatórios” para
que seja averiguado se o Banco Central e os diretores da Caixa
Participações S.A. (Caixapar) “já tinham condições” de saber sobre a
“higidez ou derrocada financeira do Banco Panamericano, que, ao que tudo
aponta, era gerido fraudulentamente anos atrás”.
Vallisney de
Souza também determinou a expedição de medidas cautelares contra André
Esteves, que na época era o executivo-chefe da BTG, e mais 42 pessoas
físicas e jurídicas, como o próprio Panamericano, a Caixapar e o Banco
Central. “Também é imperiosa a obtenção de detalhes sobre a situação do
ex-banco do Grupo Sílvio Santos [Panamericano, hoje Banco Pan] e qual a
real situação financeira e quais elementos se podem colher da real
situação financeira do Banco Panamericano e por qual razão o
apresentador Sílvio Santos teria feito empréstimo bilionário junto ao
FPC [Fundo Garantidor de Crédito] e logo em seguida vendido o Banco para
o Pactual por apenas R$ 500 milhões, valor inferior aos mais de R$ 700
milhões investidos no ano anterior pela Caixapar”, escreveu o
magistrado.
Apesar de autorizar a quebra dos sigilos e cópia dos documentos no prazo de três meses, o juiz não acatou o bloqueio nas contas dos investigados alegando que o valor é “inaplicável no momento atual das investigações”.
Deflagrada
nessa quarta-feira (19), a Operação Conclave determinou a quebra de
sigilos bancário, fiscal e telemático (acesso aos e-mails) de dezenas de
pessoas suspeitas de irregularidades envolvendo a compra de ações do
Banco Panamericano pela Caixapar.
===========
Memória:
===========
Memória: