Sábado, 22 de abril de 2017
Da Tribuna da Imprensa Sindical
Helio Fernandes
São
os dois assuntos que estão na pauta do indireto, desde a sua posse em 9 de maio
de 2016. Faz o maior esforço de mistificação, de retrocesso, de concessão, para
tentar aprovar a da Previdência, considerando-a urgente, necessária e
indispensável. Mas não consegue sair do lugar, convencer alguém que suas
palavras se baseiam numa realidade irrefutável.
O
projeto inicial, tido como indispensável, é retocado, emendado e reformulado
com a maior insistência. Para aprovação precisa de irrisórios 308
deputados, mas vai cedendo a todas as pressões , deformando e deteriorando o
que divulgava praticamente como parte indispensável para a salvação nacional.
Cansado
de ter que explicar exaustivamente a importância da reforma da Previdência, que
está mais para imprevidência do que para qualquer coisa. Não é nem um jogo de
palavras, é que na concepção e no comportamento de Temer, essas duas
palavras são vizinhas e inseparáveis. Para Temer, farsante sempre,
textual: "Consumaremos essa reforma, exatamente como está no original”.
Ele
sabe muito bem que não é nada disso, ele mesmo ficou surpreendido com o
estardalhaço feito por Marcelo Caetano, assessor com nome de um político de
Portugal, colaborador do ditador Salazar, que depois dele acabou Primeiro
Ministro fantasiado de democrata. O Marcelo Caetano daqui, foi afastado
discretamente, substituído por uma agencia de publicidade.
Não tenho nada
contra agências de publicidade, apesar do que dizem geralmente
delas, principalmente nos EUA, onde estão as mais gigantescas, que se
multiplicam pelo mundo. Como todas se localizam na Avenida Madison, espalham:
"Ali são ganhas fortunas, sem precisar usar a inteligência".
A daqui,
contratada pelo governo criou um slogan,badalado na televisão e rádio: "É
preciso reformar hoje, para pagar amanhã". Tudo farsa, imaginação de
acordo com a vontade do cliente.
Falam em déficit
de 179 BILHÕES, mistificação total. Se fosse verdade, o país não
existiria, nenhum aposentado receberia. Se os empresários e a União
PAGASSEM sua parte 8 por cento cada, com os 8 por cento do trabalhador, estariam
com superávit obrigatório.
Já
pedi um levantamento dos débitos, não podem fazer, eles mesmos são os
caloteiros. Vão conseguir os 308 votos, enfrentarão a ira da população. Mas
pelo menos não conseguirão o que chamam de vitória, antes de completado um ano
de governo.
Apesar
do que retumba o falastrão Henrique Meirelles. Reação da Câmara dos deputados?
Até que não seria difícil. Mas é impossível acreditar.
A reforma
trabalhista, assustadora e ameaçadora
Pressionado
naturalmente pelos empresários paulistas, e surpreendentemente pelos do
Norte-Nordeste, Temer faz tudo para aprovar a reforma que arruína milhões de
trabalhadores.
Arruína e elimina seus direitos, que pareciam intocáveis, irrefutáveis e irrevogáveis.
Mas sempre é fácil encontrar quem esteja disposto a praticar uma traição.
Quando era presidente da Câmara, Temer impediu 5 ou 6 vezes, que o então
presidente FHC, sofresse o impeachment mais do que justo. Isso foi em
1996, exatamente 20 anos depois, começando em 2016, iniciou o movimento para o
impeachment da presidente Dilma.
Foi
outro presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que o projetou, perdão, arrojou para
onde está. Agora para destruir os direitos conquistados por milhões de
trabalhadores, garante o apoio de outro presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Isso
é tão deprimente, que dezenas de deputados protestaram, com cartazes com a
seguinte legenda: "OUTRO EDUARDO CUNHA, NÃO". Mas Temer, indireto,
incerto, incompetente, garantiu aos empresários: "A reforma trabalhista é
tão certa quanto a reforma da Previdência. As duas IMPRESCINDÍVEIS para a
salvação do país". DEPUTADOS articulam derrotar Temer.
Essa
reforma que o indireto garante que roubará de milhões de trabalhadores, corre
sérios riscos. Está em desenvolvimento, a resistência aos planos de
acabar com a legislação que vigora há mais de 70 ou 80 anos, afirmam
que está inteiramente ultrapassada.
Tramam
então colocar no lugar o que definem desta forma: "Um grande
ACORDO entre patrões e empregados que teria força de lei". Não
é segredo, que pretendem modificar três pontos. 1- Férias. 2- Horas de
trabalho. 3- 13° salário. Os dois primeiros casos já com esquemas arquitetados
e articulados. Falta resolver a questão do 13% salário.
Imaginam
pagar em 10 prestações mensais. Nesses encontros, que terão força de lei,
pretendem dizer aos trabalhadores: "Vocês serão beneficiados. Em vez de
receberem uma vez no fim do ano, receberão todo mês mais 10 por cento do
valor do salário. No total receberão a mesma importância, como se fosse
um aumento mensal de 10 por cento".
É
tanta indignidade, provocará tanta revolta, que jogará país todo contra o
governo e contra a Câmara. Imaginem aprovar essa barbaridade.