Quarta, 8 de fevereiro de 2012
Da Agência Brasil
Marli Moreira, repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Polícia Federal indiciou 22 pessoas por participação no
rombo de R$ 4,3 bilhões do Banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos,
após a conclusão do inquérito aberto há um ano e um mês para apurar as
irregularidades. A PF informou ainda, por meio de nota, que a Justiça
determinou o bloqueio de R$ 21 milhões em investimentos dos envolvidos.
Também estão indisponíveis 29 bens móveis (como veículos) e imóveis. A
Justiça ainda determinou o sequestro de três barcos.
De acordo com a PF, o relatório das investigações já foi encaminhado ao
Ministério Público Federal. Os nomes dos indiciados são mantidos em
sigilo para atender a uma determinação judicial, mas, entre os acusados,
estão cinco executivos que ocupavam os cargos mais elevados na
diretoria do banco, três ex-funcionários e um ex-presidente do Grupo
Silvio Santos. Eles vão responder por formação de quadrilha, lavagem de
dinheiro, gestão fraudulenta e crimes contra o sistema financeiro. As
penas previstas podem chegar a 31 anos de prisão.
No mesmo processo, também foram indiciados seis ex-diretores do banco e
dois executivos do Grupo Silvio Santos, todos estranhos à diretoria do
Panamericano, pela prática de crimes de gestão fraudulenta e por uso de
caixa 2 (dinheiro não contabilizado), em razão "da existência de provas
de que teriam sido beneficiados pela subtração de valores da instituição
financeira”, de acordo com a nota divulgada pela PF.
Também foram identificadas cinco pessoas que atuaram como “laranjas”,
sócios de empresa de fachada, que foram indiciadas pelo crime de
formação de quadrilha.
O rombo financeiro foi descoberto após o trabalho de auditoria iniciado
em novembro de 2010. Naquele momento, para assegurar os depósitos dos
clientes, o Grupo Silvio Santos pegou R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor
de Crédito (FGC). Mas as irregularidades levaram à venda de 37% do
capital do PanAmericano ao banco BTG Pactual, que se tornou acionista
majoritário e injetou R$ 1, 3 bilhão para sanear a instituição
financeira. A Caixapar, braço de participações da Caixa Econômica
Federal, tem 36% das ações, compradas em 2009, e o restante está em mãos
de minoritários.