Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Brasil paga 5% e recebe apenas 1%

Quarta, 15 de setembro de 2010
Deu na Auditoria Cidadã da Dívida
O Jornal Estado de São Paulo mostra que o Brasil se endividou em mais US$ 500 milhões, por meio da emissão de mais títulos da dívida externa, que pagarão juros de mais de 5% ao ano. Os dólares obtidos serão destinados às reservas internacionais. Abaixo da notícia, um leitor faz um importante comentário:

“Não compreendo como o tesouro nacional tenta captar dólares no exterios se nossas reservas estão muito altas, nem como paga 5.6% de juro ao ano e recebe pelas reservas aplicadas algo como 1%. alguem pode me explicar?”

Uma explicação constantemente dada pelo governo é que tais emissões de títulos são necessárias para definir as taxas de juros que as empresas privadas pagarão por novos empréstimos no exterior. Ou seja: esta emissão de US$ 500 milhões, com grande custo para as contas públicas, é mais um exemplo de como a “dívida externa privada” implica em custo para o povo.

Outro elevado custo para as contas públicas ocorre quando o dólar se desvaloriza frente ao real, dado que isto faz cair o valor em reais das reservas em dólar do Banco Central. Outra notícia do jornal Estado de São Paulo mostra que o dólar tem caído, apesar de o Banco Central e o Tesouro terem aumentado as compras de moeda americana. Ou seja: dentro deste esquema, o governo fica cada vez mais abarrotado de dólares que se desvalorizam. Por outro lado, para comprar estes dólares o governo emite mais títulos da dívida interna, que pagam os maiores juros do mundo.

Resultado: o governo fica com o mico (ou seja, o dólar, que se desvaloriza), enquanto os investidores ficam com títulos da dívida interna, recebendo juros altos às custas do povo. Além do mais, quando o dólar se desvaloriza, os investidores estrangeiros ainda obtêm um ganho extra, pois podem trocar os reais por uma maior quantidade de dólares para re-enviar ao exterior.

Por fim, o Estado de São Paulo também noticia o posicionamento do candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, de defesa da auditoria da dívida pública. Importante ressaltar que no debate ocorrido domingo à noite e transmitido pela RedeTV, Plínio divulgou dados da Auditoria Cidadã da Dívida, mostrando que 36% do orçamento federal foram destinados à dívida pública em 2009. Plínio também perguntou ao candidato do PSDB à presidência José Serra se ele faria uma auditoria da dívida. Porém, Serra não respondeu.

Sobre este tema, é importante ressaltar também que hoje à noite o jornal RedeTVNews exibiu entrevista com o candidato à presidência pelo PCB Ivan Pinheiro, na qual também defende a auditoria da dívida, e cita a organização Auditoria Cidadã da Dívida, além da experiência da auditoria da dívida equatoriana, que possibilitou grande redução na dívida.
- - - - - - - - -
Acesse o site da "Auditoria Cidadã da Dívida".