Sexta, 22 de julho de 2011
"Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido."
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido."
Lourival, Nelson e Raimundo. Eles morreram ontem (21/7) em uma
construção no Hospital Universitário de Brasília, da UNB. Foram soterrados pela
irresponsabilidade de uns e pela usura de outros. Perderam as vidas quando construíam
exatamente instalações que se destinam a salvar vidas. A negligência, a imprudência, a imperícia,
ou simplesmente o desprezo com a vida do trabalhador, deixaram três famílias
enlutadas.
O patrão dos três operários tem responsabilidade por ter
colocado em risco a vida dos trabalhadores. O governo, pela Superintendência
Regional do Trabalho, tem a responsabilidade por não fiscalizar a obra, mesmo tendo
havido denúncia do sindicato dos trabalhadores.
Agora abrem sindicâncias, inquéritos, o escambau a quatro
para apurar de quem foi a culpa pelas mortes dos trabalhadores. Nada trará de
volta as vidas dos três.
Muitos outros raimundos, nelsons e lourivais, ainda morrerão nas construções de Brasília vítimas da irresponsabilidade e negligência de patrões e governos.
Muitos outros raimundos, nelsons e lourivais, ainda morrerão nas construções de Brasília vítimas da irresponsabilidade e negligência de patrões e governos.