Terça, 19 de julho de 2011
A revista Veja, em sua última
edição, trouxe reportagem em que Daniel Almeida Tavares, ex-assessor da direção
de um laboratório farmacêutico declarava quem havia entregado propina de R$40
mil a Agnelo Queiroz, na época diretor da Anvisa —Agência Nacional de
Vigilância Sanitária— além de ter realizado uma transferência eletrônica de R$10
mil de sua conta para ele.
Daniel declarou à revista Veja
que desistiu de provar suas acusações em razão de ameaças que sofreu de gente
do laboratório. Agnelo confessou que chegou a se reunir com Daniel quando
chefiava a Anvisa, mas nega a propina. Para o atual governador de Brasília,
segundo a Veja, seu acusador era um chantagista.
O jornalista Helio Fernandes, da
Tribuna da Imprensa, repete sempre que a grande fonte do jornalismo no Brasil estava
nos Diários Oficiais, tanto da União como nos estaduais. E não é que foi no
Diário Oficial do DF (DODF) que o jornalista Edson Sombra, encontrou informações
estranhíssimas. No DODF de 31 de maio, portanto já no governo do novo caminho, Sombra
encontrou o caminho para começar a destrinchar essa história toda. Naquela data
consta a nomeação de Daniel Almeida, o “chantagista” para um cargo de confiança
do governador.
Ele foi nomeado como assessor da
Gerência de Orçamento, Acompanhamento e Controle, da Diretoria de Obras da Administração
Regional de Brasília (Plano Piloto). Um “chantagista” nomeado como de
confiança? Estranho.
Ontem (18/7) o Blog do Edson
Sombra revelou a nomeação, revelação repercutida por sites e blogs. A
grande mídia, como sempre, só repercutirá se a coisa se tornar do conhecimento
de toda a Brasília. Hoje (19/7), seguindo a mesma prática de Helio Fernandes ao
fuçar alguns assuntos, o jornalista encontrou no Diário Oficial do DF de ontem (1877) a exoneração de Daniel
Almeida do cargo de confiança. No mesmo dia que Sombra revelada a nomeação (ocorrida em 31 de maior deste ano), Daniel perdeu o emprego. Resta saber agora o que fará o ex-assessor da direção do laboratório.
Como é cargo de confiança, o governador nomeia quem ele quer. Sendo de confiança o cargo, seu titular é demitido na hora que bem desejar e decidir o chefe do Executivo de Brasília.
O que não pode é tal assunto ficar sem resposta pública do governador Agnelo. Teria sido uma decisão consciente dele a nomeação daquele que chamam de “chantagista”, ou alguém empurrou o ato de nomeação sem que o governador percebesse?
E Daniel continuará na cova dos leões. Algumas pessoas quando em perigo enfiam a cabeça na terra. Outras, partem para o ataque.
Saiba mais sobre o assunto no Blog do Edson Sombra: