Sexta, 8 de julho de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
O Portal G1 mostra que o governo federal tomou mais um empréstimo
externo de US$ 500 milhões, que irão engordar ainda mais a atual
montanha de reservas internacionais, já superiores a US$ 337 bilhões, e
que não rendem quase nada ao país. A pergunta que surge então é: para
que fazer mais dívida externa?
Conforme diz o Portal G1, o objetivo principal deste novo empréstimo é “proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros”.
Em bom português: o governo brasileiro tomou este oneroso empréstimo
para indicar qual a taxa de juros que as empresas privadas terão de
pagar para tomar empréstimos externos, ou seja, para fazer dívida
externa “privada” que, portanto, impõe pesados custos para o setor
público.
O governo anuncia que esta foi a emissão de títulos da dívida externa
com a menor taxa de juros da história, de 4,18% ao ano. Tal informação
daria a entender que a dívida não seria problema, pois as taxas pagas
pelo Brasil seriam muito baixas. Porém, quando acessamos a tabela do Tesouro Nacional
referente às emissões de títulos da dívida “interna”, veremos que, apenas no dia de hoje foram emitidos títulos em um montante mais que 8 vezes maior (R$ 6,6 bilhões), e a taxas de juros mais de 3 vezes maior (quase 13% ao ano). Boa parte destes títulos são comprados por empresas e bancos brasileiros que estão tomando cada vez mais empréstimos externos, conforme mostra notícia do jornal Valor Econômico.
referente às emissões de títulos da dívida “interna”, veremos que, apenas no dia de hoje foram emitidos títulos em um montante mais que 8 vezes maior (R$ 6,6 bilhões), e a taxas de juros mais de 3 vezes maior (quase 13% ao ano). Boa parte destes títulos são comprados por empresas e bancos brasileiros que estão tomando cada vez mais empréstimos externos, conforme mostra notícia do jornal Valor Econômico.
Em suma: o governo faz mais dívida externa para estimular empresas
brasileiras a tomarem dinheiro lá fora, para comprar títulos da dívida
interna, que paga os maiores juros do mundo. Tais taxas atraem dólares
de todas as partes do mundo, em busca da remuneração mais generosa do
planeta, conforme mostra o jornal Correio Braziliense. No primeiro
semestre, “a avalanche de capital de curto prazo direcionada ao país” aumentou mais que 1.000% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Este modelo econômico deixa o Estado incapaz de investir em setores
que terminam sendo privatizados, para viabilizar o pagamento da dívida.
Contrariamente ao discurso do FMI e outras instituições que impõem
políticas neoliberais, as privatizações trazem grande aumento de preços e
piora na qualidade dos serviços, o que mais uma vez foi comprovado por
três notícias de hoje.
Enquanto o jornal Valor Econômico mostra as explosões de bueiros no
Rio de Janeiro, por culpa de duas empresas privatizadas (a Light e a
CEG), o jornal Estado de São Paulo mostra que o Ministério Público está
questionando os aumentos das tarifas dos pedágios da BR-116 (entre
Curitiba e a divisa de SC e RS), cobrados pela empresa Autopista
Planalto Sul, devido à má qualidade da rodovia. E o mesmo jornal Estado
de São Paulo mostra que os aeroportuários já se manifestam contra a
privatização dos aeroportos, pois já sabem que isto significará.
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