Quinta, 16 de fevereiro de 2012
Da Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Documentário sobre preparativos da Copa da África do Sul de 2010 aponta
as exigências absurdas da FIFA ao país anfitrião, que impedem qualquer
benefício para sua população
O Brasil se prepara para receber a Copa do Mundo em 2014, anunciada
pelo governo e pela FIFA como uma grande oportunidade para o país.
Trabalhadores teriam mais empregos, comerciantes lucrariam mais, e a
população das 12 cidades sede se beneficiaria com investimentos em
infraestrutura que perdurariam depois dos eventos.
Mas o documentário que o jornalista Rudi Boon fez para a holandesa
VPRO em 2009, quando os africanos viviam a efervescência do pré-Copa,
mostra que podemos estar vivendo uma grande ilusão. O país que recebe o
megaevento é mais cenário do que ator, e sua população perde direitos
básicos, vigiada até no uso da linguagem: os africanos, por exemplo, não
podiam usar o termo Copa do Mundo, nem Copa da África do Sul, ou Copa
2010, nem pintar esses dizeres em camisetas e souvenirs.
As tradições culturais foram instrumentalizadas, a população perdeu
espaços coletivos e os produtos comercializados em qualquer local
próximo aos estádios eram decididos pela FIFA. Essas regras também fazem
parte do acordo do Brasil com a FIFA para 2014. Assista aqui o
documentário: