Sexta, 24 de fevereiro de 2012
Da Agência Senado
O
senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) elogiou em Plenário, nesta
sexta-feira (24), a iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) de criar uma zona de proteção em volta da
área tombada de Brasília. Ele repercutiu a publicação, na última
quarta-feira (22), de portaria em que o órgão define regras para a
construção de prédios em pelo menos dez regiões administrativas no
entorno da área tombada, como Águas Claras, Lago Norte e Lago Sul, Guará
e Núcleo Bandeirante.
Rollemberg destacou que a
portaria foi publicada pouco mais de três semanas antes da chegada de
missão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), que irá a Brasília para examinar seu estado de
conservação. Em 1987, o órgão das Nações Unidas declarou a capital do
país como Patrimônio Cultural da Humanidade, porém, a Unesco vem
considerando rever o ato diante das crescentes agressões ao plano
urbanístico original de Lúcio Costa.
- Temos
que cumprimentar o Iphan pela decisão corajosa, mas registrar que, se a
medida tivesse sido tomada antes, talvez pudesse ter sido preservada a
qualidade de vida que a cidade oferecia há alguns anos - comentou
Rollemberg.
O senador disse que Brasília foi
exposta a danos irreversíveis em decorrência de intenso processo de
invasões de grilagem de áreas públicas nos últimos anos. Ele disse que
as ações envolveram inclusive "grilagem aérea", com edifícios
construídos acima do gabarito de altura, o que teria ocorrido pela
"conivência do poder público com pessoas influentes da cidade".
-
Brasília não pertence apenas aos brasilienses, mas a todos os
brasileiros. É importante garantir que esse bem seja preservado na sua
concepção original, tão singular e diferente que possibilitou à cidade
ser o único bem da era moderna a ser tombado pela Unesco apenas 27 anos
depois de sua inauguração - salientou.
Rollemberg
defendeu para a cidade um projeto de desenvolvimento apoiado na ideia
de transformar Brasília num polo de inovação tecnológica e, ao mesmo
tempo, um centro de atividades turísticas. Ele destacou o potencial de
Brasília para o desenvolvimento do turismo cívico, em que os visitantes
possam conhecer como funcionam as instituições da República e o papel
que desempenham na construção da democracia brasileira.