Terça, 3 de julho de 2012
Ivan Richard e Iolando Lourenço, repórteres da Agância Brasil
Sindicalistas, aposentados e deputados promoveram hoje (3)
na Câmara um enterro simbólico do fator previdenciário. Coordenado pelo
presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira (PDT-SP), o
Paulinho da Força, o ato teve como objetivo pressionar os parlamentares a
aprovarem o projeto de lei que acaba com o fator previdenciário para as
aposentadorias pagas pelo Instituto Nacional de Previdência Social
(INSS).
O mecanismo, que leva em consideração a idade, o tempo de contribuição e
a expectativa de vida dos segurados do INNS na hora de calcular a
aposentadoria, na prática, tem provocado a redução do valor do
benefício.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João
Batista Inocentini, a redução é, em média, 26% no valor das
aposentadorias para os trabalhadores que não atingem a idade de 65 anos,
no caso dos homens e 60, das mulheres.
“Mas em muitos casos a perda salarial pode chegar a 50%”, alertou
Inocentini. Segundo ele, no caso de uma mulher que começou a trabalhar
aos 20 anos e contribuiu por 30 anos à Previdência, com salário de R$ 1
mil por mês, teria direito, de acordo com as regras do fator
previdenciário, a uma aposentadoria de pouco mais de R$ 500. Isso
porque, enfatizou, embora tenha atingido o tempo de contribuição, não
alcançou a idade mínima de 60 anos.
Para Paulinho da Força, a votação do fim do fator previdenciário deve
ocorrer antes do recesso de julho. “Acho que o governo está nos
enrolando. Marcou reunião para o próximo dia 10 e portanto não votaria
mais no mês de julho e ficaria para o mês de agosto. Em agosto o
Congresso tem outras prioridades”.
Mais cedo, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti,
disse, em encontro com jornalistas, que a intenção do governo é votar
uma alternativa para o fator previdenciário apenas em agosto.
O presidente licenciado da Força Sindical defendeu a aprovado da
proposta que está em tramitação na Câmara, de autoria do então deputado
Pepe Vargas (PT-RS), atualmente ministro do Desenvolvimento Agrário.
Apelidada de 85/95 a proposta determina que a mulher que somar o tempo
de contribuição à idade e obtiver 85, não teria redução no valor do
benefício até o limite do teto da Previdência. No caso dos homens, a
soma do tempo de contribuição à idade teria que ser igual a 95.