Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 24 de julho de 2012

O fetiche do superávit primário e o crescimento da economia

Terça, 24 de julho de 2012
De Rumos do Brasil
Por J. Carlos de Assis
A evidência de que a economia está no rumo da recessão nos impõe considerar novamente a questão do superávit primário. É um tema que nunca foi claramente entendido no país, sobretudo pela maioria dos economistas neoliberais, o que se explica por uma razão simples: enquanto muitos, como eu, apontavam nos anos 90 e 2000 para o caráter recessivo do superávit primário, a realidade tomava um caminho inverso, mostrando uma indiscutível compatibilidade entre superávit primário e crescimento econômico. Parecia que, diante dos fatos, a crítica ao superávit primário era irremediavelmente improcedente.

Tentemos avaliar a essência da questão. Numa recessão, a retomada da economia depende essencialmente de um ou da combinação de três fatores: do investimento privado, do excedente de exportações ou do investimento público, em todos esses casos estimulando a demanda agregada. É claro que, numa situação sem perspectiva de aumento da demanda interna, não há estímulo ao investimento privado. Entretanto, se o contexto internacional favorece o aumento das exportações, a economia pode retomar pelo lado externo, sem depender necessariamente do aumento prévio do investimento público. Leia a íntegra em "Rumos do Brasil"