Terça, 20 de novembro de 2012
Por Carlos NewtonTribuna da Internet
Hoje, Dia da Consciência Negra em importantes cidades como São Paulo e
Rio de Janeiro, não é feriado em Brasília. Mesmo assim, os membros da
CPI de Carlinhos Cachoeira decidiram adiar para quarta-feira a
apresentação do relatório final do relator, deputado Odair Cunha
(PT-MG). Afinal, ninguém é de ferro e o fim de semana superprolongado
acabou falando mais alto.
Sabe-se que o relator irá pedir o indiciamento do deputado Carlos
Alberto Leréia (PSDB-GO), do governador goiano Marconi Perillo (PSDB) e
de alguns prefeitos goianos, por envolvimento com o esquema operado por
Carlos Augusto Ramos, o Cachoeira.
Outros dois governadores envolvidos com o esquema – Sergio Cabral
(RJ) e Agnelo Queiroz (DF) – estão de fora do relatório oficial. Mas a
CPI, criada para investigar as relações do empresário Carlinhos
Cachoeira com políticos, deverá confirmar que a empreiteira Delta, que
tem contratos com o governo federal, foi usada para dar aparência legal
ao dinheiro do esquema, tudo com o apoio de políticos.
Leréia é a bola da vez, porque também está sendo investigado pelo
Supremo e pela corregedoria da Câmara dos Deputados por suas relações
com Cachoeira, o que pode levar a abertura de processo de cassação de
mandato. Segundo informa Andreza Matais, da Folha de S. Paulo, Leréia
será acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva,
advocacia administrativa, tráfico de influência, formação de quadrilha,
violação do sigilo funcional e crime contra a ordem tributária, vejam
que se trata de um parlamentar de múltiplas qualidades.
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RELATÓRIO PARALELO
Diante da omissão e da leniência do relator Odair Cunha (PT-MG), um
grupo de parlamentares independentes resolveu apresentar um relatório
paralelo, pedindo simultaneamente à Procuradoria-Geral que investigue as
relações entre o presidente da Delta, Fernando Cavendish e os
governadores Sérgio Cabral e Agnelo Queiróz.
Os parlamentares independentes pretendem uma fiscalização minuciosa
nas obras realizadas pela construtora no estado do Rio de Janeiro, não
apenas em contratos assinados com os Executivos governado por Cabral e,
eventualmente, por Eduardo Paes e outros prefeitos, mas também do que
foi contratado pelo Judiciário quando presidido por Luiz Zveiter e
Manoel Alberto Rebêlo dos Santos. Querem investigar também o governador
Agnelo Queiroz, que tem sofrido graves acusações que acabam caindo no
esquecimento.
É louvável a atuação desse grupo, que inclui os senadores Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT) e Pedro Simon (PMDB-RS) e os
deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Anthony Garotinho (PR-RJ) e Miro
Teixeira (PDT-RJ). Mas já sabe que, no final, quem pagará mesmo o pato
será o próprio Cachoeira, que é uma espécie de Marcos Valério em versão
goiana.
A Procuradoria-Geral da República está pedindo 80 anos de prisão para Cachoeira, o dobro da pena que Valério poderá pegar.
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