Terça, 9 de abril de 2013
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
(CDHM), deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), ignorou o apelo feito
hoje (9) pela maioria dos líderes da Câmara para que ele renunciasse ao
cargo. O deputado é acusado de racismo e homofobia e também de
estelionato. Como condição para renunciar à presidência da comissão,
Feliciano exige que o PT de retire os deputados José Genoino (PT-SP) e
João Paulo Cunha (PT-SP) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
por terem sido ambos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A
condição imposta por Feliciano não foi aceita.
Segundo relato de alguns líderes, durante a reunião, Marco Feliciano
colocou-se na condição de vítima e se comprometeu a evitar declarações
polêmicas. Na semana passada, por exemplo, o pastor disse que antes da
chegada dele à presidência da CDHM, o colegiado era comandado por
Satanás.
Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), Feliciano está
prejudicando a imagem da Casa. De acordo com Bueno, Feliciano não
atendeu ao apelo dos líderes e ao chamando para que renuncie e, com
isso, passou a ser o o responsável pela crise. "Ele não pode se colocar
acima da instituição [Câmara dos Deputados] e não está à altura para
presidir a comissão”, disse Bueno.
Já o líder do PSOL, Ivan Valente (SP), acusou Feliciano de estar se
“aproveitando politicamente” da polêmica. “Ele negou os pedidos para
sair e se propôs a continuar. Entendemos isso como um grande
desrespeito. Ele sabe que está lucrando econômica e politicamente com
isso”, criticou Valente.
Ao final do encontro com os líderes, Feliciano evitou a imprensa e
pediu apenas que lhe dessem uma chance para trabalhar. O deputado disse
que, desde que assumiu a presidência do Conselho de Direitos Humanos e
Minorias, já perdeu seis quilos e que está “tentando viver”.
Na reunião dos líderes, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), revogou o requerimento aprovado na semana passada na
comissão, a pedido de Feliciano, para impedir o acesso de manifestantes
às reuniões do colegiado.
Com isso, as próximas reuniões serão abertas, mas Feliciano poderá
restringir o acesso de pessoas, caso considere que isso seja necessário
para o bom andamento dos trabalhos. “Amanhã (10), nós vamos abrir a
sessão. Se houver manifestação, vamos ao regimento, Artigo 272”, disse
Feliciano. Esse artigo diz que espectadores ou visitantes que se
comportarem de forma inconveniente na Câmara serão retirados do recinto,
por decisão do presidente presidente da Casa ou de alguma comissão.