Segunda, 8 de abril de 2013
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Uma equipe de 12 peritos exumou hoje (8), em Isla Negra, a
120 quilômetros de Santiago, capital do Chile, os restos mortais do
poeta Pablo Neruda, morto em 1973. Os peritos examinarão a causa da
morte do poeta, pois há suspeita de que ele tenha sido envenenado.
Oficialmente, Neruda morreu em consequência de um câncer de próstata.
Mas aliados e amigos desconfiam que o regime militar mandou matá-lo por
sua oposição à ditadura. Ele morreu 12 dias após o golpe militar que
derrubou o governo de Salvador Allende (1970-1973) e instaurou a
ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), então chefe das Forças
Armadas.
A expectativa é que, em três meses, seja concluído o laudo sobre a
morte do poeta. O trabalho dos peritos começou com a quebra da cripta à
beira-mar na qual estavam os restos do chileno, Prêmio Nobel de
Literatura (1971), ao lado da terceira mulher, Matilde Urrutia.
O trabalho foi supervisionado pelo juiz responsável pelo caso, Mario
Carroza, além de advogados e especialistas forenses. Os restos mortais
de Neruda serão levados para a sede do Serviço Médico-Legal do Chile, em
Santiago. Na capital, serão feitos exames de radiologia, toxicologia e
antropologia.
Há suspeitas de que Neruda tenha sido vítima de uma injeção letal,
enquanto estava em tratamento médico na clínica privada Santa María, em
Santiago. A pedido do Partido Comunista, ao qual pertencia o poeta, e de
seu ex-motorista Manuel Araya foi aberto o processo de investigação
sobre a causa da morte.
A Justiça chilena investiga também a morte, em 1982, do ex-chanceler
chileno Eduardo Frei (1964-1970), que, como Neruda, morreu na Clínica
Santa Maria, após uma operação de rotina.
*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur