Por André Richter - Repórter da Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade
Moradores do bairro Águas Claras, no Distrito Federal, fizeram uma
manifestação hoje (1º) em frente à residência oficial do governador
Agnelo Queiroz (PT) para protestar contra a falta de segurança.
O
protesto foi organizado após a morte do jovem Leonardo Almeida Monteiro,
de 29 anos, assassinado com tiro no pescoço em um assalto, na terça
feira (28), quando chegava em casa. No momento do ato, Agnelo
participava da entrega de novos ônibus coletivos em outra parte da
cidade.
O protesto reuniu cerca de 800 manifestantes, que saíram de uma
estação de metrô e percorreram as ruas de Águas Claras usando camisetas
brancas com a foto do jovem assassinado. Durante o percurso até a casa
do governador, os manifestantes carregaram faixas com frases sobre o fim
da violência e pediram que os moradores colocassem lençóis brancos nas
janelas para simbolizar a paz. Eles também gritavam palavras de ordem
contra Agnelo. “Vem governador, vem para rua o senhor”, bradaram.
Ao chegarem em frente à residência oficial, os moradores fizeram ato
em homenagem à família de Leonardo Almeida. Familiares e amigos deram as
mãos e fizeram uma oração, que foi seguida por uma salva de palmas. A
mãe do jovem, Ana Cleide, fez discurso emocionado para lembrar o tempo
que dedicou ao filho. “Quero dizer que estou feliz por este movimento,
Embora seja de uma forma trágica, mas é pelo reconhecimento da vida do
meu filho. Para mim, ele não acabou. Eu estou aqui porque creio que ele
ainda continua em mim. No princípio, eu pensei que tivesse perdido minha
vida, senti vontade de pular do prédio também para me junta a ele. Mas,
eu criei forças e estou aqui para lutar pelo nome dele", afirmou.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, do dia 1º de janeiro até a
manhã dessa quinta-feira (30) ocorreram 68 homicídios, 19 a mais do que
em janeiro do ano passado. Na média, são mais de duas mortes violentas
por dia. O grande número de homicídios é provocado por uma operação
tartaruga, iniciada em outubro de 2013, feita por alguns policiais
militares para pressionar o governo a dar reajuste salarial,
reestruturação da carreira e pagamento de benefícios a PMs em atividade e
a policiais da reserva. O movimento consiste em diminuir a resposta em
situações de crime e violência.