Sábado, 22 de fevereiro de 2014
Da Fenaj | |||
Após a morte do repórter cinematográfico Santiago
Andrade, em consequência de um rojão que atingiu sua cabeça quando
cobria uma manifestação no Rio de Janeiro, e mesmo com apelos
internacionais para cessar a violência contra jornalistas, outros 3
assassinatos de profissionais de imprensa foram registrados no Brasil
nos últimos dias. A FENAJ cobra medidas urgentes de combate à
impunidade.
No dia 11 de fevereiro dois homens em uma moto alvejaram com três tiros o
radialista Edílson Dias Lopes, da rádio comunitária Explosão Jovem FM,
em frente de sua residência, na cidade de Pinheiros, no Espírito Santo.
Crime semelhante ocorreu no dia 13, quando Pedro Palma, dono do jornal
Panorama Regional, foi morto a tiros em frente a sua casa em Miguel
Pereira (RJ), também por duas pessoas em uma moto.
Já no dia 16, José Lacerda da Silva, cinegrafista da TV Cabo Mossoró, no
Rio Grande do Norte, também foi assassinado em uma via pública com
vários tiros, quando foi surpreendido por um veículo com pelo menos duas
pessoas à bordo. Lacerda chegou a ser socorrido, mas faleceu antes de
chegar ao hospital.
Com a morte de Santiago Andrade, no dia 10 de fevereiro, ampliaram-se,
além de manifestações de entidades dos jornalistas e de empresas de
comunicação, uma série de posicionamentos nacionais e internacionais com
relação às agressões contra profissionais de imprensa. No mesmo dia, o
Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS) repudiou a
violência contra jornalistas. No dia 12, a Relatoria Especial para a
Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos
(CIDH) condenou a agressão e solicitou às autoridades que realizem
investigações imediatas para esclarecer os fatos, identificar e punir
os responsáveis.
A FENAJ defendeu, em atividades no Rio de Janeiro no dia 11, ações mais
efetivas dos governos e empresas de garantias ao trabalho dos
jornalistas. O apelo foi feito diretamente em encontro dos diretores da
FENAJ Celso Schröder e José Carlos Torves com o governador Sérgio Cabral
Filho e, depois, com a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República. No dia 18 de fevereiro, em
reunião com diversas entidades, o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, anunciou que estão em estudo um projeto de lei para coibir a
violência em manifestações públicas, entre outras leis.
Para o presidente da FENAJ, Celso Schröder, o projeto de lei em estudo
pode ser positivo, mas são necessárias medidas urgentes não só quanto à
segurança da sociedade e de jornalistas na cobertura de manifestações
públicas. "Nos três assassinatos recentes é preciso esclarecer as
circunstâncias e motivações, mas esta agressão crescente mostra que os
governos no Brasil precisam ser mais ágeis em medidas de combate à
violência e impunidade nos crimes contra profissionais de imprensa",
completa.
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