Até agora ninguém
reconheceu que é o padrinho, ou madrinha, de Luiz Paulo Gonçalves de Oliveira,
nomeado no dia 5 de janeiro para o importante cargo de chefe de gabinete da
Mesa Diretora da Câmara Legislativa do DF. Luiz Paulo foi exonerado ontem (6/1),
depois de lembrado de que ele viajou a São Paulo por conta do doleiro,
corruptor, e delator do escândalo Petrolão, o paranaense Youssef.
Mas as coisas são
assim mesmo, ninguém agora quer ser conhecido como o padrinho do rapaz. Ninguém deseja ser apontado como padrinho, ou
madrinha, mas o eleitor de Brasília tem o direito de saber quem o indicou para
chefe de gabinete da Mesa Diretora da CLDF que, afinal, é a Mesa Diretora de um
dos poderes do Estado, o Legislativo.
Um joão-ninguém, alguém sem
costas largas, jamais ocupou tal cargo na CLDF. Para aquele cargo o
padrinho/madrinha foi sempre um poderoso político.
A deputada Sandra
Faraj, do partido Solidariedade (SD), inicialmente apontada como madrinha do
rapaz, divulgou hoje (6/1) nota à imprensa negando que o tenha indicado, apesar
de ser ele Secretário-Geral do partido da distrital. Claro que não devemos imputar
à parlamentar o apadrinhamento, mas que alguém apadrinhou, apadrinhou. E quem
apadrinhou sabia dos fatos da viagem financiada pelo doleiro. Queremos saber
quem?
Se não foi Sandra
Faraj, teria sido o deputado federal Augusto Carvalho, presidente do
Solidariedade do Distrito Federal? Ou Paulinho da Força, o presidente nacional
do partido? Quem? Quem?
Trazido por uma
cegonha, certamente não foi. Nem caiu de
alguma nuvem. Enquanto não se esclarece
quem foi o padrinho, desconfiar de alguns é um direito do cidadão. Desconfiar,
afirmar é outra coisa.
Se a coisa não é esclarecida, vai ter gente achando até que foi o doleiro que usou "seus pauzinhos".