Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 10 de janeiro de 2015

Renato Riella está certo. Alguém precisa salvar a minha Salvador. E urgente

Sábado, 10 de janeiro de 2015
Leia a seguir postagem de ontem (9/1) do Blog do Riella

Por RENATO RIELLA

Alguém precisa salvar Salvador

Estou em Salvador. Esta seria uma das maiores cidades de turismo do mundo, se tivesse foco nessa área. Mas não tem. Vejam dois exemplos.
COCO DE OURO
Fui caminhar na praia de Piatã, onde as barracas que atendiam os turistas e os baianos foram demolidas pelo Ministério Público.
No caminho, vi uma mulher suja, desgrenhada, sentada ao lado de duas caixas de isopor, vendendo coco. Perguntei o preço: R$ 5,00. Argumentei que em Brasília, no Parque da Cidade, na Ceasa e em outros pontos, compro a R$ 3,00.
Ela manteve o preço. Então comentei que assim a Bahia ia quebrar, que estavam espantando os turistas, etc. Fui saindo e ouvi a mulher falar, com uma risada bem sacana: “Traga um coco na mala”.
MESA ILUSÓRIA
Continuei caminhando e vi algumas cadeiras de plástico instaladas perto da água. Sentei em uma, rapidamente, para tirar o tênis. Chegou um menino de dez anos e ofereceu coco a R$ 4,00. Aceitei!
Enquanto bebia a água com canudo, ele voltou e disse: “Meu pai disse que para ficar na mesa custa R$ 10,00”. Levantei, com o coco na mão, olhei para o pai, que estava a 10 metros, e disse ao garoto: “Então mande ele trazer a mesa, porque aqui só tem mesmo duas cadeiras”.
Perplexo com esse argumento irrespondível, o menino correu até o pai, mas a essas alturas acabei de beber o coco e fui embora.
Salvador não está preparada para nada.
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Do Blog Gama Livre:
Foto: Taciano — fevereiro/2011
Piatã ao cair da tarde. Foto de fevereiro de 2011, quando ainda havia barracas de praia.

Foto: Taciano — janeiro/2010
Cair da tarde na praia de Piatã, em Salvador. 

Foto: Taciano — fevereiro/2011
Final de tarde em Jaguaribe, vizinha à praia de Piatã. Dois cães, tranquilamente, contemplam o mar da Bahia.