Sexta, 12 de junho de 2015
Eric Toussaint e Zoe
Konstantopoulou divulgaram ontem a existência de um documento do Fundo
Monetário Internacional antes do primeiro memorando da troika, onde
estava previsto que as medidas iriam aumentar a dívida.
12 de Junho, 2015
A
Comissão para a Auditoria e Verdade da Dívida Grega tem na sua posse um
documento do FMI, datado de março de 2010, onde detalha a programação
das medidas do memorando da troika. O documento nunca foi apresentado ao
parlamento grego nem aos parlamentos dos 14 países europeus que
emprestaram dinheiro à Grécia.
Eric Toussaint e Zoe Konstantopoulou divulgaram ontem a existência de
um documento do Fundo Monetário Internacional antes do primeiro
memorando da troika, onde estava previsto que as medidas iriam aumentar a
dívida. Ao mesmo tempo, os políticos dos grandes partidos gregos e as
instituições internacionais tentavam convencer a população de que o
“resgate” seria uma “ajuda” para pagar a dívida do país e torná-la
sustentável.
A comissão criada no parlamento grego tem por objetivo descortinar a
formação da dívida grega e identificar a parte que podeerá ser
considerada ilegal e repudiada pelo Estado. Ontem foi ouvido o ex-conselheiro de Durão Barroso e na próxima semana a comissão apresentará o seu relatório preliminar.
“Pudemos perceber ao longo do nosso trabalho que a forma como foi
restruturada a dívida grega em 2010 foi absolutamente prejudicial à
Grécia, ao sacrificar os direitos dos pensionistas e dos cidadãos que
detinham obrigações do tesouro. Por exemplo, os trabalhadores que
receberam essas obrigações como compensação após serem despedidos, viram
o seu valor cortado em 50%. Como não tiveram outra escolha, não podem
ser prejudicados pela situação. Mas enquanto isso, os grandes bancos
privados que participaram no “haircut” receberam 30 mil milhões de
compensação, que foram acrescentados à dívida pública grega”, afirmou
Eric Toussaint.