Segunda, 15
de junho de 2015
Por Siro Darlan, desembargador do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro e membro da Associação Juízes para a Democracia.
A liberdade é tão inerente à dignidade do ser humano que
Deus criou o homem outorgando-lhe plena liberdade de contestar e revoltar-se
contra o próprio Criador. Não podia Deus criar um ser a sua semelhança sem esse
princípio integrante da dignidade. E assim foi e está sendo em todos os
processos de relações entre o homem e a mulher entre ambos e seus semelhantes e
entre nós e a Divindade. Deus nos outorgou a liberdade de escolha e de
expressão para Lhe sermos fiéis ou infiéis.
Embora sejam parte de um corpo comunitário ninguém tem o
direito de cercear nossa liberdade desde que essa não restrinja a liberdade do
semelhante. Não é lícito exigir unicidade de pensamentos e filosofias
administrativas quando somos unos e dotados de liberdade própria. Apenas os
tiranos e os regimes totalitários são capazes de contrariar essa máxima da
Criação.
Somos uma pequena semente que foi plantada para grandes
realizações. Para isso crescemos e devemos produzir frutos, que sendo nossos
filhos não nos pertencem, porque dotados de liberdade, com força e virtude que
independem de nós. Para isso somos convidados a viver cada um sua própria vida
sem a sombra do derrotismo e ausência de grilhões, mas repletos de confiança de
que somos capazes de realizar grandes feitos como seres livres que somos.
Ao lado da liberdade. O sentimento é a nossa maior
conquista evolutiva. O afeto nos conduzir ao semelhante para escutá-lo, e assim
o entendermos melhor. Os sentimentos nos ajudam a um processo de crescimento
pessoal. Existem métodos de aproximação do outro que passam pelo melhor
conhecimento de nós mesmos. Ferramentas como a meditação e os processos de
resolução de conflito antigos como a humanidade e modernos em suas novas
roupagens aproximam o homem de si mesmo e do próximo.
Quando escutamos os sentimentos estamos cuidando de nós
mesmos a amando a si próprio. Trata-se de uma necessária mudança de atitude e
faz parte de nossa própria existência. O pensamento a janela que nos conduz
para a realidade e o sentimento é o ponto de encontro com a verdade. Eis a
forma de encontrar a felicidade em nossas vidas. Viver nossa liberdade com
responsabilidade e respeitando o espaço que pertence ao nosso semelhante.
Por isso foi tão importante a manifestação na Corte Maior
sobre a liberdade de expressão como direito fundamental primordial para uma
convivência republicana e democrática. Como disse a Ministra Carmen Lúcia em
seu precioso voto: Cala a boca já morreu!
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