Sexta, 19 de junho de 2015
Ana Cristina Campos e Ivan Richard - Repórteres da Agência Brasil
O delegado da Polícia Federal, Igor Romário de
Paula, disse hoje (19) que, até o momento, nove pessoas foram presas na
14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã de hoje (19).
Foram
cumpridos nove mandados, de um total de oito de prisão preventiva e
quatro de prisão temporária, em quatro estados: São Paulo, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. De acordo com o delegado,
foram presos preventivamente Marcelo Odebrecht, dono e presidente da
construtora Odebrecht, Márcio Faria da Silva; o presidente da Andrade
Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo; além de Rogério de Santos Araújo e
João Antônio Bernard Filho. O executivo da Odebrecht Cesar Ramos Rocha é
um dos que ainda não foram localizados.
Os
mandados de prisão temporária cumpridos foram de Alexandrino Sales
Alencar, Antônio Pedro de Souza, Flávio Lúcio Magalhães e Maria Cristina
da Silva Jorge.
O delegado informou que há indícios “bem
concretos” contra os dirigentes das empresas e que os documentos revelam
que eles tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de
cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas. Igor
Romário lembrou que na sétima fase da Lava Jato, já houve busca e
apreensão na sede da Odebrecht.
Para o delegado, a nova etapa da
Lava Jato serve como recado de que nenhuma empresa, independentemente do
seu tamanho, ficará imune de ser investigada. “A ideia é trazer um
recado claro de que a lei vale para todos, não importa o tamanho da
empresa e o destaque na sociedade, sua capacidade de influência e de
poder econômico. Isso jamais será motivo para permanecerem impunes”,
disse o delegado, em entrevista coletiva.
Segundo o procurador da
República Carlos Fernando dos Santos, há indicativos suficientes para
que fossem pedidas as prisões preventivas. "Devemos punir todos os que
são responsáveis, as empresas, na área civil e por improbidade
administrativa, e os dirigentes e todos os que estão envolvidos no
âmbito penal", disse o procurador.
A 14ª fase da Operação Lava Jato, denominada Erga Omnes,
expressão latina no meio jurídico para indicar que os efeitos da lei
atingem a todos os indivíduos, é uma referência ao fato de as
investigações alcançarem, mais de um ano depois de deflagrada a primeira
fase da operação, as duas maiores empreiteiras do país, a Odebrecht e a
Andrade Gutierrez.