Sexta, 19 de junho de 2015
Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil
As investigações que resultaram na 14ª fase da
Operação Lava Jato, deflagrada hoje (19) pela Polícia Federal, revelam
que as empreiteiras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o
cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras. De
acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, as duas
empreiteiras, no entanto, diferentemente das demais investigadas, usavam
um esquema “mais sofisticado” de pagamento de propina a agentes
públicos e políticos por meio de contas no exterior, o que exigiu maior
aprofundamento das investigações, antes do pedido de prisão dos
diretores das empresas.
De
acordo com o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima,
três colaboradores – entre eles, os ex-diretores da Petrobras, presos em
fases anteriores da Lava Jato, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco –
disseram que receberam propina da Odebrecht no exterior, por meio de
empresas offshore. Esses pagamentos, segundo Lima, foram identificados pela PF e pelo MPF após colaboração com autoridades estrangeiras.
“Observou-se
que, nas empreiteiras que foram denunciadas até aqui, o contato era
diretamente com o [doleiro] Alberto Youssef e as empresas dele, em um
esquema relativamente simples e fácil de comprovar. Entretanto, o
esquema de lavagem que deparamos agora é de depósito no exterior”,
explicou Lima.
“Uma série de colaboradores nos indicaram os caminhos dos valores no exterior e isso reforçou, neste momento, a necessidade do pedido da prisão dos executivos dessas empresas”, acrescentou o procurador. “Esses colaboradores indicam que essas empresa fizeram pagamentos no exterior, então identificamos as empresas offshore que intermediaram os pagamentos. Quando temos três colaboradores, o nível de confirmação aumenta consideravelmente”, completou.
Além do esquema de fraudes na Petrobras, as investigações que resultaram na deflagração da operação Erga Omnes identificaram que a Odebrecht também pode ter fraudado contratos para as obras da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.
“Uma série de colaboradores nos indicaram os caminhos dos valores no exterior e isso reforçou, neste momento, a necessidade do pedido da prisão dos executivos dessas empresas”, acrescentou o procurador. “Esses colaboradores indicam que essas empresa fizeram pagamentos no exterior, então identificamos as empresas offshore que intermediaram os pagamentos. Quando temos três colaboradores, o nível de confirmação aumenta consideravelmente”, completou.
Além do esquema de fraudes na Petrobras, as investigações que resultaram na deflagração da operação Erga Omnes identificaram que a Odebrecht também pode ter fraudado contratos para as obras da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.