Sexta, 10 de junho de 2016
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
apresentou hoje (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais uma denúncia
contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Esta é a terceira denúncia apresentada contra Cunha na
Operação Lava Jato. A petição foi apresentada sob sigilo.
De
acordo com inquérito, que tramita na Corte desde março, Cunha foi citado
nos depoimentos de delação premiada dos empresários Ricardo Pernambuco e
Ricardo Pernambuco Junior, da empreiteira Carioca Engenharia.
Os
delatores afirmaram à PGR que Cunha e Fábio Cleto, ex-vice-presidente
de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, cobravam propina para liberar
verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FI-FGTS ) para construtoras nas obras do Porto Maravilha, no Rio de
Janeiro.
Mais cedo, em outra decisão envolvendo Eduardo Cunha, o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, liberou para
a pauta do Plenário da Corte o julgamento da denúncia apresentada pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em um inquérito contra o
presidente afastado. O pedido de investigação feito pelo PGR foi baseado
em informações sobre contas na Suíça atribuídas a Cunha.
Eduardo Cunha
Em
nota, Cunha disse que nunca recebeu vantagem indevida e afirmou que o
procurador-geral da República é “seletivo” na apresentação de denúncias
contra ele.
“A estranheza aumenta, na semana em que eu seria
julgado no Conselho de Ética, uma verdadeira avalanche de vazamentos
criminosos e denúncias contra mim e minha família, que aparecem para
criar o clima de pressão nesse processo”, concluiu.