Exposição de Lia do Rio em Brasília provoca reflexão sobre o tempo
Mostra inédita na capital reúne 37 obras da artista plástica consagrada
no Rio de Janeiro; entrada é gratuita.
A exposição “Tempo em
Suspensão” - aberta em 2 de junho, no Museu da República - provoca o olhar do
espectador sobre presente e o efêmero. E o convite é um mergulho na natureza,
transformada em obra de arte a partir das mãos da artista plástica Lia do Rio.
A mostra, gratuita,
conta com 37 obras, entre colagens, vídeos, instalações. E fica na cidade até
25 de agosto. Com peso importante na arte contemporânea, as obras de Lia do Rio
transcenderam às últimas quatro décadas e inspiram gerações.
Uma das principais
matérias-primas usadas por Lia são folhas secas, que se transformam em
reflexões sobre vida, morte, transformação, tempo e atemporalidade. “Não estou
falando de ecologia, tem a ver com o ser humano. Eu acredito que todas as
problemáticas mundiais que envolvem sobrevivência estão nessa incapacidade de se
perceber natureza”, elucida Lia.
Uma das grandes
surpresas é também um dos trabalhos mais atuais da artista: uma instalação
batizada de “Porvir”, que, segundo Lia, é uma impressão do amanhã, onde a
pessoa perceberá e se sentirá no futuro.
A curadoria da
exposição é assinada pelo artista visual e escritor Bené Fonteles. “A
originalidade da obra de Lia reside na forma dela se apropriar dos resíduos
naturais e lhes dar nobreza estrutural. As mais significativas são as que ela
ressignifica os materiais para conceder a elas potência poética”, afirma Bené.
Essa não é a primeira
vez de Lia em Brasília. A artista já expôs em eventos da capital em outras
ocasiões, como na UnB, em 1991, e, no próprio Museu Nacional da República, em
2013, onde, inclusive, tem em acervo a obra “Possibilidades”, que é feita de
esqueletos de folhas.
Sobre a artista
Lia do Rio Cardoso
Costa nasceu em São Paulo e mora no Rio de Janeiro desde os dez anos de idade.
Em 1958 inscreveu-se na cadeira de Pintura da Escola Nacional de Belas Artes,
da UFRJ, onde se formou em 1963. Em 1982, ingressou na Escola de Artes Visuais
do Parque Lage onde permaneceu até 1985. Suas pinturas, porém, adquiriram
tridimensionalidade e passaram a se assemelhar com janelas, que logo foram
assumidas como material principal de suas obras. Enquanto recolhia janelas
jogadas na rua, sentiu-se atraída pela riqueza e potencial de outros materiais
descartados, passando a trabalhar no próprio espaço em que eram encontrados,
organizando-os em formas ditadas pelo local, o que fez a escala aumentar
consideravelmente. Ao ser convidada para exposições, reciclava estas formas
para dentro da galeria. Mais informações
em: www.liadorio.com/ap.htm
Serviço
O que: exposição “Tempo
em Suspensão”
Data: até 25 de agosto
de 2019
Horário: das 9h às 18h
Local: Museu Nacional
da República, Setor Cultural Sul, Lote 2, Esplanada dos Ministérios
Entrada: franca
Classificação
indicativa: livre