Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Operação mordaça

Quarta, 10 de agosto de 2011
O governo Dilma acha que a Polícia Federal agiu de modo “atabalhoado” e teria cometido “excessos” na apuração do caso da corrupção no Ministério do Turismo. Isso talvez por ser um ministério dominado, que palavra, pelo maior aliado, o PMDB. Queixou-se a presidente de que não soube antecipadamente da deflagração das prisões e mandados de busca e apreensão da Operação Voucher, deflagrada ontem (9/8).
 
À presidente, se quiser que não se descubra corrupção nos seus ministérios, resta apenas uma alternativa. Proibir que se apure corrupção. Que a Polícia Federal, que já não mais conta com recursos mínimos para atuar com eficácia contra crimes do colarinho branco, fique proibida de investigar convênios, contratos, licitações, transferências de verbas.
 
O problema é que existe um Ministério Público que, por ser órgão autônomo do Estado, não se prestará a ser calado, silenciado, imobilizado. E tem a prerrogativa de requerer a atuação da Polícia Federal. E vai ficar muito feio, mas muito mesmo, para o governo federal caso tente embaraçar a atuação da PF e do Ministério Público. Além disso, a imprensa deve servir de meio de divulgação das falcatruas que se comete com o dinheiro do povo.

Só nos último 15 dias já foram expostas as corrupções que teriam acontecido no Exército e nos Ministérios dos Transportes, Agricultura e Turismo. Se procurar acha. Só não acha se não procurar. Antes ocorreu a denúncia do escândalo do nada republicano comportamento de Palocci, o ministro-chefe da Casa Civil de Dilma.