Sábado, 2 de outubro de 2010
Por Ivan de Carvalho

Caso garantissem, não seria necessária a realização de eleições. Seriam feitas pesquisas e pronto: proclamavam-se os resultados e os vencedores, que seriam diplomados e empossados. E se pesquisas eleitorais garantissem o que indicam, atualmente o governador da Bahia não seria Jaques Wagner, mas Paulo Souto. Sabem os que lidam com o Direito, o que não é o meu caso, que indício, que é o que as pesquisas fornecem, não é prova.
As mais recentes pesquisas eleitorais dão indício de que a candidata do PT e aliados, Dilma Rousseff, será eleita presidente da República no primeiro turno, dispensando, assim, a segunda fase do pleito presidencial. Mas não há garantia absoluta disso, asseguram seus oponentes José Serra, do PSDB em coligação com o Democratas, o PTB e o PPS, e Marina Silva, do PV. A esperança destes dois últimos candidatos é que a eleição exija um segundo turno. Os demais candidatos a presidente, claro, não têm esperança nenhuma. No Congresso, o governo deverá aumentar sua já esmagadora maioria na Câmara dos Deputados e conquistar uma situação bem mais tranqüila do que a de que hoje dispõe no Senado Federal.
As pesquisas também indicam a reeleição do governador Jaques Wagner já no primeiro turno, na Bahia. Claro que o democrata Paulo Souto e o peemedebista Geddel proclamam sua confiança em que haverá segundo turno. Até por dever de ofício. Mas, no real, não depuseram as armas, persistem na perseguição de um resultado eleitoral que signifique decisão no final do mês, em segundo turno.
Para o Senado, na Bahia, há três nomes verdadeiramente disputando as duas vagas – o senador César Borges (PR) e os deputados Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro (PT), exatamente nesta ordem nas pesquisas eleitorais. Mas as diferenças entre eles são pequenas e movimentos hoje e amanhã podem ser capazes de alterar ou confirmar e consolidar o que indicam as últimas pesquisas.
Existe a possibilidade de o terceiro colocado, Walter Pinheiro, ser, exatamente porque a terceira colocação excluiria sua eleição, privilegiado por um intenso esforço petista. Isso poderia deixar em má situação Lídice da Mata ou mesmo César Borges.
Mas César Borges tem um trunfo. O “voto útil”, aliás, objeto de um pedido do candidato a governador do PMDB, Geddel, em favor do senador. E de onde viria esse voto útil? Fácil, sem mistério: o eleitorado dos democratas, que se não se dá bem com o PSB, tem alergia ao PT, dispõe de dois candidatos da legenda a senador, José Carlos Aleluia e José Ronaldo. Esse eleitorado daria um de seus dois votos para senador a César Borges – o outro voto seria dado, claro, a Aleluia ou José Ronaldo. Um procedimento deste, na eventualidade de ocorrer massivamente, eliminaria qualquer dúvida que exista (por causa das pequenas diferenças nas pesquisas eleitorais) sobre a reeleição do senador César Borges.
Resta saber o que farão, no caso, os eleitores democratas. No momento, nesta questão em particular, eles são os senhores do resultado.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista político na Bahia.
Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista político na Bahia.