Sexta, 15 de julho de 2011
Da Agência Brasil
Renata Giraldi - Repórter
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, enfrentou o mais
violento dos protestos registrados recentemente no país. Pelo menos 40
pessoas ficaram feridas e 60 foram presas nas ruas de Santiago durante a
manifestação de ontem (14). Estudantes e simpatizantes da causa
estudantil marcharam pelas avenidas da capital reivindicando melhorias e
mudanças no sistema de ensino público chileno.
Na marcha houve estudantes que cobriram os corpos apenas com lençóis
brancos, outros que fizeram performances e muitos carregavam cartazes
com críticas irônicas ao governo. Um homem de meia idade representou o
ex-presidente Salvador Allende (1970-1973), símbolo da resistência aos
militares e ao conservadorismo.
Em um ano e quatro meses de governo, Piñera teve ontem seu momento mais
crítico. A violência marcou o protesto na Praça Itália (cartão postal
de Santiago), que havia sido proibido. Carros foram incendiados e pedras
atiradas.
Ao mesmo tempo, Piñera enfrenta a possibilidade de os trabalhadores do
setor da mineração decretarem paralisação por tempo indeterminado. Os
trabalhadores alegam que o setor será privatizado e vários poderão ser
demitidos. O governo nega a possibilidade. O risco de greve afetará a
economia chilena, que tem o cobre como principal produto de exportação
do país.
Em uma solenidade, na área metropolitana de Santiago, Piñera acompanhou
as manifestações ocorridas no centro da capital. Segundo ele, é o
momento de buscar a unidade na sociedade chilena, sem violência nem
disputas de comando. De acordo com o presidente, todos estão cansados de
tanta destruição.
Há cerca de um mês o presidente do Chile enfrenta vários protestos,
liderados por estudantes e professores, que contam com a adesão de
diversos segmentos da sociedade.