Sexta, 15 de julho de 2011
Da Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
O
Departamento de Estado Norte-Americano está secretamente canalizando
milhões de dolares para jornalista latino amercianos, de acordo com
documentos obtidos em junho sob o Freedom of Information Act (FOIA)1.
Por Jeremy Bigwood, do Nacla.org
Os
20 documentos obtidos pelo repórter mostram que entre 2007e 2009, o
Departamento de Estado pouco sabem do Escritório da Democracia, Direitos
Humanos e de Trabalho (state.gov/g/drl) canalizada nos últimos 4 milhões
de dolares para jornalistas na Bolívia, Guatemala, Haiti, Nicaragua e
Venezuela – incluindo conceder propostas, prêmios e reportagens
trimestrais – através da Fundação de Desenvolvimento Pan-Americana
(FDPA, padf.org), com sede em Washigton.
Os documentos lançam luz sobre uma pequena parcela de todo o esforço
norte-americano de encobrir o fundo para jornalista de todo o mundo.
Os registros referem-dea um único programa particular chamado
“Promoção da Libertação da Mídia da Venezuela”, para o qual o
Departamento de Estado deu setecentos mil dolares ao FDPA no período de
2007-09.
O programa fornece subsídios jornalísticos para anônimos e programas
de educação jornalistíca para quatro universidades regionais.
Na realização desses projetos, a FDPA colaborou com ONGs de mídia
venezuelanas associadas com partidos de oposição - apenas os nomes de
dois desses partidos não aparecem nos documentos desclassificados.
Ainda não está claro se o pragrama continua hoje em dia; se estiver, o
governo americano já teria gasto um milhão e meio de dólares com o
desenvolvimento jornalistíco da Venezuela desde de 2007.
O Departamento de Estado e a FDPA não quiseram comentar.
“Libertando” a mídia
O “Programa de Libertação da Mídia da Venezuela” é apenas o menor
componente do financiamento secreto do governo norte-americano para
novos mercados e jornalistas.
Não apenas o Departamento de Estado, mas também o Departamento de
Defesa, a Agência de Desenvolvimento Internacional Norte-Americana
(ADINA), a Doação Nacional para a Democracia (NED), o Conselho de
Radiofusão dos Governadores (BBG), e o Instituto de Paz Norte-Americano
(USIP) apoiam programas de “desenvolvimento midiático” em mais de 70
países.
O governo norte-americano investiu 82 milhões de dolares em 2006 em
iniciativas midiáticas globais (fora o dinheiro vindo do Pentágono, da
CIA, ou embaixadas norte-americanas), de acordo com documento do NED de
2008.
Esses órgãoes governamentais doaram fundos para ONGs entrangeiras,
jornalistas, políticos, associações de jornalistas, mercados de mídia,
institutos de treino e faculdades de jornalismo.
O valor pode variar de apenas alguns milhares de dólares até milhões.
Para alguns grupos e indivíduos, os fundos podem vir de mais de uma
fonte do governo americano e entregues diretamente por embaixadas
americanas ou através de intermediários – usuários subcontratados ou
“organizações internacionais independentes sem fins lucrativos” como a
FDPA.
É assim que, servindo como intermidiária, a FDPA econdia até agora a
função do Departamento de Estado no desenvolvimento da mídia na
Venezuela – como a arma mais poderosa da oposição contra Hugo Cháves e o
movimento bolivarianista.
Nem o Departamento de Estado, nem a FDPA, nem os venezuelanos que
receberam os fundos revelaram a existência de tais programas ou a
conexão com o governo dos EUA.
Porém, um documento assinala que a política do próprio Departamento
de Estado requer que “todas as publicações” que recebem apoio financeiro
“tornem público o apoio”.
Mas, para a FDPA, essa regra foi simplesmente apagada do mapa. “Para
os objetivos deste prêmio não é exigido do beneficiário reconheça
publicamente o apoio do Departamento de Estado norte-americano”.
O documento não explica por que o programa – que, entre coisas, visa
normatizar a profissão do jornalista nesses países recipientes – não
requer que a FPDA ou os recipientes finais digam claramente que são
financiados do governo norte-americano.
Pouco dinheiro?
Embora 700 mil dolares possam não parecer muito dinheiro, vale notar
que os fundos são estrategicamente designados para os melhores
jornalistas da Venezuela – e também para recrutar jovens jornalistas.
O obtido pelo repórter documenta detalha a série de distribuição para
jornalistas anônimos, incluindo dois tipos de subsídios ”para
reportagens inovadoras e reportagens investigativas” e “para seleção de
audiência na mídia independente.”
Não sabe-se quem ganhou estes subsídios, mas sabemos que eles foram
polpudos. Um deles, por exemplo, consistia em nada menos que 10 anos
recebendo US$ 25 mil por ano.
Para muitos jornalistas, especialmente na America Latina, 25 mil por
ano é um alto salário. A FDPA também patrocinou “duas competições,
durante dois anos, com um total de US$ 20 mil em financiamento concedido
a pelo menos seis inscritos.”
A FDPA na Venezuela também apóia treinamento jornalistíco, que é
realizado para produção de trabalho investigativo “por mídias de
tecnoologia inovadora”.
Este subsídio apóia “uma série de treinamentos para jornalistas
locais, focados em habilidades básicas e avançadas em reportagens
baseadas na Internet e investigativas”, visando engajar “uma rede de
alcance de organizações de mídia da Venezuela e novos mercados,
incluindo 4 universidades associadas”.
Um relatório trimestral sobre o período de janeiro a março de 2009
menciona cursos na Universidade Católica Andrés Bello, na Universidade
Metropolitana , a Universidade Central da Venezuela, e a Universidade
Santa Maria. Nela, a FDPA propõe trabalhar com universidade em Caracas e
com campi universitários “nos Andes, no centro leste, na Zulia, e na
região oeste do país”.