Sexta, 8 de julho de 2011
Renúncias fiscais levianas e favorecimentos a Eike e a empreiteiras minam a autoridade de Cabral Filho
“O
senhor Eike Batista ganhou, durante o governo Cabral, R$ 75 milhões em
isenção. Aí, ele vem com a cara de pau mais lavada do mundo dizer que
não tem investimentos. Ele faz o que quiser com o dinheiro dele, eu não
estou preocupado com o dinheiro dele, mas com o público. E preocupado
com o governador do Rio de Janeiro viajando no jato particular do
empresário que foi um dos financiadores de sua campanha”. (Deputado Marcelo Freixo —PSOL/RJ)
Por Pedro Porfírio*
Sérgio
Cabral Filho foi despido, exposto de corpo e alma, cabisbaixo e sem ter
como se explicar. As vísceras à mostra expõem toda a podridão de uma
nudez insólita e atrevida. Nunca, jamais, em tempo algum, se viu neste
país um administrador tão generoso com o dinheiro do erário. Gentilezas
inacreditáveis com alguns empresários, em contraste com o tratamento
dispensado aos funcionários, à educação e à saúde.
Só
um lunático, alguém sem qualquer referência de lucidez, seria capaz de
tratar os funcionários do Estado a pão e água, agredir seus médicos,
chamando-os de vagabundos; vilipendiar sobre seus professores,
menosprezar seus adolescentes, tratando-os como otários; agredir seus
bombeiros, taxando-os de vândalos, enquanto disponibiliza dinheiro
público, o nosso dinheiro, para todo o tipo de favorecimentos, incluindo
isenções a termas (prostíbulos refinados) e a outras atividades
mundanas, sem falar das benesses fiscais e até do uso das forças
policiais para favorecer o meteórico multibilionário Eike Batista,
expulsando de suas próprias terras 4 mil lavradores, em desapropriações
arbitrárias no entorno do Porto de Açu, São João da Barra.
Ao
longo de sua vida pública, Serginho nunca foi de dar ponto sem nó. Mas
seus atos se tornaram mais arrogantes e insolentes a partir da posse
como governador do Estado do Rio, em 2007, quando se dedicou ao mais
leviano uso indevido do já combalido erário fluminense: as isenções de
impostos concedidas a 5 mil estabelecimentos de 2007 a 2010 atingiram a
R$ 50,1 bilhões, quase a metade da receita tributária estadual de R$
97,7 bilhões ou o equivalente às despesas com os 420 mil servidores
ativos e inativos do Estado no mesmo período.