Sábado, 21 de julho de 2012
Da Revista IstoÉISTOÉ teve acesso a sete inquéritos abertos pela Polícia Federal para apurar os superfaturamentos na Ferrovia Norte-Sul que provocaram rombo de até R$ 1 bilhão
Claudio Dantas SequeiraOs desvios de verbas na ferrovia norte-sul somam R$ 1 bilhão
só no trecho entre Palmas (TO) e Anápolis (GO) foram superfaturados
R$ 400 milhões a obra já consumiu R$ 8 bilhões
No início do mês, a Polícia Federal prendeu o ex-presidente da Valec
José Francisco das Neves, o Juquinha, acusado de enriquecimento ilícito.
Segundo os autos do inquérito da Operação Trem Pagador, ele teria
comandado um esquema que desviou mais de R$ 100 milhões de obras da
Ferrovia Norte-Sul, a mais extensa via férrea do País. ISTOÉ revela
agora que o rombo provocado pelo esquema de Juquinha, que comandou a
estatal de ferrovias por oito anos, pode chegar à escandalosa cifra de
R$ 1 bilhão, dinheiro que teria abastecido não só as contas pessoais do
ex-presidente, familiares e ex-integrantes da cúpula da Valec, mas
também o caixa de partidos como PR e PMDB. A estimativa é da própria PF,
com base numa série de investigações em andamento. Só na Delegacia de
Crimes Financeiros da Polícia Federal em Goiás foram abertos sete
diferentes inquéritos que abarcam os quase 4,5 mil quilômetros de
extensão da ferrovia. Ao longo da Norte-Sul, que já consumiu R$ 8
bilhões, correm suspeitas de superfaturamento em materiais, como trilhos
e dormentes, nas ações de terraplanagem, escavações e aterros. A PF
encontrou ainda indícios de conluio entre empreiteiras, direcionamento
de licitações e subcontratação de empresas ligadas a políticos. As
investigações, que tiveram origem em fiscalizações do TCU, da CGU e
denúncias do Ministério Público, estão longe de terminar. Leia a íntegra de "A ferrovia da corrupção"